Rolezinho: até a palavra divide opiniões
Rolezinho no Mauá Plaza Shopping, em São Paulo (Renato Mendes/Futura Press) Perto da controvérsia antropológica, política, social e policial que a onda dos rolezinhos tem despertado, esta é certamente menor, mas não desprezível: que palavra é essa e, sobretudo, como pronunciá-la? Continua após a publicidade A origem imediata do rolezinho é óbvia: a gíria brasileira […]

Perto da controvérsia antropológica, política, social e policial que a onda dos rolezinhos tem despertado, esta é certamente menor, mas não desprezível: que palavra é essa e, sobretudo, como pronunciá-la?
A origem imediata do rolezinho é óbvia: a gíria brasileira rolé (ou rolê), já velha de algumas décadas, usada quase exclusivamente na locução “dar um rolé (ou rolê)” e que significa “pequeno passeio, volta”. Embora rolé tenha a maioria das preferências, dicionários respeitáveis ainda não se puseram de acordo sobre a grafia da palavra, o que é esperado no caso de uma criação popular relativamente recente.
O Houaiss, o Aurélio e o Aulete registram apenas rolé, forma mais usada no Rio de Janeiro. O Michaelis e o Francisco Borba trazem somente rolê, variação dominante em São Paulo. Note-se que essa flutuação regional de pronúncia espelha a da própria vogal e quando tomada isoladamente.
De uma forma ou de outra, que a origem da palavra deve ser buscada no francês roulé, “enrolado, dobrado, voltado sobre si mesmo”, parece pacífico. É a mesma fonte de rolê em sua acepção de bife de panela enrolado e ainda na de certo movimento de capoeira.
Não é outra também a origem da gola rolê ou rulê – grafia sobre a qual os lexicógrafos voltam a discordar, embora tendam a preferir a última.