‘Réveillon’, a noite em que é proibido dormir
Réveillon, o substantivo francês que o Brasil adotou como favorito para designar as festas que marcam a virada do ano, nasceu prosaicamente em sua língua natal, em algum momento do século 16, do verbo réveiller, isto é, “acordar (alguém), arrancar do sono, reanimar”. Seu sentido original era apenas o de ceia tardia, pequena refeição destinada […]
Réveillon, o substantivo francês que o Brasil adotou como favorito para designar as festas que marcam a virada do ano, nasceu prosaicamente em sua língua natal, em algum momento do século 16, do verbo réveiller, isto é, “acordar (alguém), arrancar do sono, reanimar”. Seu sentido original era apenas o de ceia tardia, pequena refeição destinada a manter os convivas acordados.
Por séculos, réveillon não teve ligação com nenhuma data específica: era algo que podia ocorrer a qualquer momento do ano, bastando para isso que houvesse disposição para ver a noite envelhecer. Em seu sentido mais estrito, a palavra se grudou primeiro à ceia da véspera de Natal, e só a partir do fim do século 19 passou a ser usada para designar os festejos de Ano Novo.
O maior problema que esse galicismo – ainda não aportuguesado – apresenta todo fim de ano aos brasileiros é o de saber onde botar o diabo do acento. Como canta Adriana Partimpim, que regravou uma ótima lista de dúvidas infantis de autoria do Kid Abelha: “Por que é que o tempo passa? (…) Como é que se escreve réveillon?”
Desejo um ótimo réveillon a todos os leitores do Sobre Palavras. E um 2011 melhor ainda.