República das bananas, a vingança?
Ao afirmar que a aprovação do acordo para elevar o teto de endividamento americano fará o país “regredir ao status de república das bananas”, Paul Krugman, colunista do “New York Times” e Nobel de Economia de 2008, lançou mão de um exagero clamoroso para se referir ao que chama de “extorsão” cometida pelo Partido Republicano […]
Ao afirmar que a aprovação do acordo para elevar o teto de endividamento americano fará o país “regredir ao status de república das bananas”, Paul Krugman, colunista do “New York Times” e Nobel de Economia de 2008, lançou mão de um exagero clamoroso para se referir ao que chama de “extorsão” cometida pelo Partido Republicano contra o presidente Barack Obama.
A expressão “república das bananas” surgiu para designar qualquer um dos países da América Central que, durante a maior parte do século 20, foram governados por ditadores que na prática eram títeres de grandes multinacionais da monocultura.
Entre essas empresas, a mais emblemática era a United Fruit Company, fundada em 1899 – e nos anos 1980, numa tentativa de fugir da má fama, renomeada Chiquita Brands International. Apelidada “O Polvo” por causa do apetite com que se lançou a controlar, por meio de concessões, quase toda a infra-estrutura de países como Guatemala e Honduras, a United Fruit chegou a ser nos anos 1930 a maior empregadora da América Central. O repertório de seu enorme poder incluía a deposição de presidentes que ameaçassem falar em soberania nacional.
O cenário apocalíptico desenhado por Krugman só terá consistência para quem for capaz de imaginar o Partido Republicano no papel da United Fruit Company e Obama, no de marionete.