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Sobre Palavras

Por Sérgio Rodrigues Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Este blog tira dúvidas dos leitores sobre o português falado no Brasil. Atualizado de segunda a sexta, foge do ranço professoral e persegue o equilíbrio entre o tradicional e o novo.

Quem está esgotado está no esgoto? Só se for Jean Valjean

Valjean no esgoto de Paris: esgotado, mas não por isso A lenda etimológica de hoje não é, que eu sabia, defendida por nenhum autor bem informado, mas circula informalmente com alguma desenvoltura, impulsionada – tudo indica – por uma crença difusa na podridão que se esconderia no subsolo da linguagem. Continua após a publicidade Bom, […]

Por Sérgio Rodrigues
Atualizado em 31 jul 2020, 04h42 - Publicado em 8 jan 2014, 15h59

Valjean no esgoto: esgotado, mas não por isso

Valjean no esgoto de Paris: esgotado, mas não por isso

A lenda etimológica de hoje não é, que eu sabia, defendida por nenhum autor bem informado, mas circula informalmente com alguma desenvoltura, impulsionada – tudo indica – por uma crença difusa na podridão que se esconderia no subsolo da linguagem.

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Bom, às vezes palavras inocentes trazem mesmo ideias vis por dentro, mas não é o caso aqui. Estamos falando da tese de que o prosaico adjetivo esgotado, isto é, “exausto”, nasceu com o sentido de “sujo de (ou mergulhado no) esgoto”. Uma tese indiscutivelmente falsa.

Prima daquela lenda não menos falsa (por razões já expostas aqui) que atribui à palavra coitado o sentido de “submetido a coito”, a teoria esgotado-esgoto guarda uma peculiaridade: neste caso as duas palavras são, sim, parentes próximas. O erro está apenas em derivar uma da outra.

A verdade é que ambas saíram do verbo esgotar, uma palavra de meados do século XVI formada em nossa própria língua com os elementos es + gota + ar e que significa, como se sabe, “esvaziar até a última gota”.

Quando se diz que uma pessoa está esgotada, a mensagem transmitida é simplesmente que ela se exauriu, se esvaziou – de energia, de ideias –, e não que está “no esgoto”. Esta é uma palavra que surgiu bem depois, talvez no século XIX, como forma regressiva de esgotamento, para batizar o sistema de canos pelo qual a sujeira de um local é esvaziada “até a última gota”.

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