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Sobre Palavras

Por Sérgio Rodrigues Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Este blog tira dúvidas dos leitores sobre o português falado no Brasil. Atualizado de segunda a sexta, foge do ranço professoral e persegue o equilíbrio entre o tradicional e o novo.

Qual é a forma correta, louro ou loiro?

Grace Kelly: uma loira com pele de loiça que era cousa de doudo “Acabei de ser corrigida e fiquei em dúvida. Sempre escrevi louro para pessoas com cabelos claros, mas qual o correto? Louro ou loiro?” (Giselle Gomes) Continua após a publicidade As duas formas estão corretas, Giselle. Louro, do latim laurus, é a mais […]

Por Sérgio Rodrigues
Atualizado em 31 jul 2020, 04h24 - Publicado em 20 fev 2014, 16h53

Grace Kelly: uma loira com pele de loiça que era cousa de doudo

Grace Kelly: uma loira com pele de loiça que era cousa de doudo

“Acabei de ser corrigida e fiquei em dúvida. Sempre escrevi louro para pessoas com cabelos claros, mas qual o correto? Louro ou loiro?” (Giselle Gomes)

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As duas formas estão corretas, Giselle. Louro, do latim laurus, é a mais antiga (século XIII) e aquela que em geral os dicionaristas, tanto os brasileiros quanto os portugueses, ainda consideram preferencial.

No entanto, loiro, uma variação registrada pela primeira vez por um lexicógrafo em 1836, tem uso cada vez mais disseminado no Brasil, a ponto de não ser incomum encontrar, como você encontrou, quem por desinformação caia na besteira de tentar corrigir quem prefere louro.

Registre-se que as duas formas têm exatamente as mesmas acepções, de “folha do loureiro” a “cor entre o dourado e o castanho claro” e ainda “pessoa que tem os cabelos dessa cor”. (Louro como sinônimo de papagaio tem outra origem, ainda que meio nebulosa, mas, ao contrário do que muitos imaginam, também admite a variação loiro.)

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O uso de louro ou loiro já obedeceu a preferências regionais, mas essas fronteiras andam meio borradas. Em minha juventude, no Rio de Janeiro, todo mundo só falava e escrevia louro. Quando se esbarrava em loiro, quase sempre estávamos na presença de um paulista.

Assim como a pronúncia futêbol, loiro é um dos traços linguísticos que São Paulo tem exportado para o resto do país na esteira de seu domínio econômico e cultural. Meu filho, carioca de nascimento e criação, fala loiro.

A oscilação entre os ditongos ou e oi tem uma longa história em nossa língua. Noite era noute no português antigo. Machado de Assis gostava de escrever dous e doudo, formas praticamente caídas em desuso.

Em compensação, a tesoura, acredite, já foi chamada exclusivamente de tesoira. Louça/loiça, ouro/oiro, coisa/cousa e coice/couce são outros exemplos de pares em que as duas formas são consideradas corretas.

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