Porque a língua também é uma mãe
Não, o Dia Internacional da Língua Materna não é hoje: instituído pela Unesco em 1999, cai em 21 de fevereiro em homenagem a um grupo de estudantes massacrados no Paquistão em 1948, quando lutavam pela autonomia política do bengali, língua materna do poeta Rabindranath Tagore e hoje idioma oficial de Bangladesh, Estado criado em 1971. […]
Não, o Dia Internacional da Língua Materna não é hoje: instituído pela Unesco em 1999, cai em 21 de fevereiro em homenagem a um grupo de estudantes massacrados no Paquistão em 1948, quando lutavam pela autonomia política do bengali, língua materna do poeta Rabindranath Tagore e hoje idioma oficial de Bangladesh, Estado criado em 1971.
Mesmo assim, lembrar a língua-mãe no Dia das Mães está longe de ser descabido. Não foi à toa que a metáfora materna se grudou a tal ponto ao primeiro idioma aprendido por uma criança, aquele que ela domina por imersão e sem necessidade de estudo – e no qual pode chegar a ter, oralmente, proficiência notável até em casos de analfabetismo.
Há quem suponha que a expressão língua-mãe ou língua materna deve-se ao fato de que, antigamente, a educação dos filhos na primeira infância era uma atribuição exclusiva da mãe, de quem eles absorviam diretamente o jeito de falar, da mesma forma que lhe sugavam o leite.
Pode ser, mas esse literalismo soa um tanto desnecessário quando se sabe que já no latim a palavra mater era usada metaforicamente em diversas expressões que continham a ideia de origem ou fonte: terra natal, aurora, tronco de árvore etc.
Seja como for, e em bom português, nossa doce língua materna, fica aqui um voto de feliz domingo a todas as mães.