Avatar do usuário logado
Usuário
OLÁ, Usuário
Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Oferta Relâmpago: VEJA por apenas 1,99
Imagem Blog

Sobre Palavras

Por Sérgio Rodrigues Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Este blog tira dúvidas dos leitores sobre o português falado no Brasil. Atualizado de segunda a sexta, foge do ranço professoral e persegue o equilíbrio entre o tradicional e o novo.

Pandemônio, zona, caos

Compartilhe essa matéria: Link copiado! Ilustração de Gustave Doré para ‘Paraíso Perdido’, de John Milton: ‘A queda de Satã’ Preciso confessar que simpatizo com a palavra pandemônio. Não por seu sentido primário (“associação de pessoas para praticar o mal ou promover desordens e balbúrdias”), que só vim a conhecer mais tarde. Minha simpatia é pelo […]

Por Sérgio Rodrigues
17 mar 2013, 12h46 • Atualizado em 31 jul 2020, 06h39
  • paradise-lost-gustave-dor%c3%a9-the-fall-of-satan

    Ilustração de Gustave Doré para ‘Paraíso Perdido’, de John Milton: ‘A queda de Satã’

    Preciso confessar que simpatizo com a palavra pandemônio. Não por seu sentido primário (“associação de pessoas para praticar o mal ou promover desordens e balbúrdias”), que só vim a conhecer mais tarde. Minha simpatia é pelo inocente sentido figurado (“mistura confusa de pessoas ou coisas; confusão”, sempre segundo o Houaiss) que na minha infância servia para designar até desordens de pequena monta no armário de brinquedos. “Que pandemônio! Arruma isso já!”

    Continua após a publicidade

    Não sei se a palavra ainda frequenta com a mesma desenvoltura o vocabulário familiar brasileiro. Parece provável que desde então tenha perdido espaço de um lado para o chulo “zona”, que dispensa explicações, e do outro para o científico “caos”, do grego kháos (o espaço infinito, o indeterminado).

    É uma pena, porque o expressivo substantivo tem uma alma nobre que, além de obviamente religiosa, é literária. Consta que Pandemonium foi um vocábulo inventado com ingredientes importados da Grécia (pan + daimon, isto é, “todos os demônios”) pelo poeta inglês John Milton (1608-1674) em seu clássico “Paraíso Perdido”.

    A obra de Milton é um longo poema épico (doze volumes!) centrado nos personagens de Deus, Adão, Eva e Satã – este, sussurram seus leitores desde que o livro foi publicado, em 1667, chega a ser mais importante que os outros três, retratado pelo autor com mal disfarçados traços heroicos.

    O tal Pandemonium aparece já no primeiro capítulo: é o palácio em que funciona o centro administrativo do Inferno, assim chamado porque lá se reúnem, nas palavras de Milton, “Satã e seus comparsas”. Imagine o pandemônio.

    Publicidade
    TAGS:

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    OFERTA RELÂMPAGO

    Digital Completo

    A notícia em tempo real na palma da sua mão!
    Chega de esperar! Informação quente, direto da fonte, onde você estiver.
    De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 1,99/mês
    RESOLUÇÕES ANO NOVO

    Revista em Casa + Digital Completo

    Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 7,50)
    De: R$ 55,90/mês
    A partir de R$ 29,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$1,99/mês.