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Sobre Palavras

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Este blog tira dúvidas dos leitores sobre o português falado no Brasil. Atualizado de segunda a sexta, foge do ranço professoral e persegue o equilíbrio entre o tradicional e o novo.

Otimistas, pessimistas e a caixa-preta do futuro

Num momento em que o país define seu rumo político pelos próximos quatro anos, após uma campanha em clima de guerra que deixa a população compreensivelmente dividida entre quem espera grandes realizações e quem prevê tempos sombrios, vale a pena invocar a história das palavras e lembrar que o termo otimismo, hoje popular e até […]

Por Sérgio Rodrigues
Atualizado em 31 jul 2020, 13h46 - Publicado em 31 out 2010, 16h08

Num momento em que o país define seu rumo político pelos próximos quatro anos, após uma campanha em clima de guerra que deixa a população compreensivelmente dividida entre quem espera grandes realizações e quem prevê tempos sombrios, vale a pena invocar a história das palavras e lembrar que o termo otimismo, hoje popular e até banalizado (“vamos pensar positivo, gente!”), tem em sua origem dois dados surpreendentes: um berço intelectualmente chique e uma infância atormentada pelo bullying de um cara cruel chamado Voltaire.

Filho do latim optimus, superlativo de bom, o termo nasceu no caldeirão dos ricos embates filosóficos do século 18. Cunhado em 1737 em francês (optimisme), era inicialmente um rótulo para o pensamento de Leibniz, que na época andava na moda. Leibniz explicava a existência do mal dizendo que Deus, sendo, mais do que bom, ótimo, só poderia ter criado o melhor dos mundos possíveis. Quer dizer, o mundo não é melhor do que isso porque, paciência, náo tem jeito. Nem para Deus.

O otimismo leibniziano gozava de boa reputação quando foi satirizado e avacalhado para sempre por Voltaire no romance “Cândido”, a história de um cara incuravelmente otimista sobre o qual se abate toda a desgraceira do mundo.

O negócio é prever o pior, então? Nada disso. Em defesa do otimismo pode-se lembrar que até Voltaire, seu grande inimigo, deu mostras daquilo que chamamos por esse nome – a crença num futuro melhor – em seu “Poema sobre o desastre de Lisboa”, de 1756, escrito um ano após o terremoto que arrasou a capital portuguesa e lançou a Europa num buraco de pessimismo.

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