O xampu nasceu como uma massagem indiana
A origem da palavra xampu, um anglicismo, é curiosa por duas razões. A primeira é o fato de que palavra inglesa shampoo, “preparado líquido ou cremoso usado para lavar os cabelos e o couro cabeludo”, ganhou adaptações gráficas diferentes dos dois lados do Atlântico: o que no Brasil chamamos de xampu – desde algum momento […]

A origem da palavra xampu, um anglicismo, é curiosa por duas razões.
A primeira é o fato de que palavra inglesa shampoo, “preparado líquido ou cremoso usado para lavar os cabelos e o couro cabeludo”, ganhou adaptações gráficas diferentes dos dois lados do Atlântico: o que no Brasil chamamos de xampu – desde algum momento em torno de 1945, segundo a datação do Houaiss – é conhecido em Portugal como champô.
A segunda curiosidade está na origem da palavra inglesa. Ela nasceu em meados do século XVIII como um verbo que significava “massagear”. Subproduto do colonialismo britânico, era importada do híndi champo, imperativo de champna, ou seja, “pressionar os músculos com os dedos”.
Demorou cerca de um século para que o verbo to shampoo ganhasse por extensão a acepção de “lavar os cabelos” – massageando-os, naturalmente. Ela foi registrada pela primeira vez em 1860, de acordo com o dicionário etimológico de Douglas Harper.
Depois disso, bastaram poucos anos para que o vocábulo, numa nova extensão semântica, passasse a ser empregado como substantivo com o sentido que hoje é dominante.