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Sobre Palavras

Por Sérgio Rodrigues Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Este blog tira dúvidas dos leitores sobre o português falado no Brasil. Atualizado de segunda a sexta, foge do ranço professoral e persegue o equilíbrio entre o tradicional e o novo.

O rato é ladrão há pelo menos 400 anos

Ninguém sabe com certeza de onde veio e como surgiu o termo “rato”, que ontem garantiu de forma surpreendente o posto de Palavra da Semana quando cinco representantes da espécie foram soltos no plenário da CPI da Petrobras (foto) no momento em que chegava para depor o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Muitos etimologistas […]

Por Sérgio Rodrigues
Atualizado em 5 jun 2024, 06h45 - Publicado em 10 abr 2015, 16h00

alx_rato-cpi-20150409-04_originalNinguém sabe com certeza de onde veio e como surgiu o termo “rato”, que ontem garantiu de forma surpreendente o posto de Palavra da Semana quando cinco representantes da espécie foram soltos no plenário da CPI da Petrobras (foto) no momento em que chegava para depor o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.

Muitos etimologistas acreditam, porém, que a palavra tenha tido origem numa onomatopeia, isto é, numa imitação sonora – no caso, do ruído feito pelo animal ao roer ou, quem sabe, ao arrastar pequenos objetos pelo assoalho.

O latim vulgar tinha o vocábulo rattus, sem correspondente no latim clássico, mas não se sabe se o terá criado ou importado de outro idioma. O certo é que, segundo o filólogo catalão Joan Corominas, a palavra já havia deixado sua marca tanto nas línguas neolatinas quanto nas célticas e nas germânicas “desde antes do século VIII” (rat em inglês e Ratte em alemão, por exemplo).

A larga disseminação da palavra espelhava em parte a do próprio bicho, grande vilão da epidemia de peste bubônica (a chamada Peste Negra) que mataria dezenas de milhões de europeus no século XIV – coincidência ou não, o mesmo século em que o vocábulo, com a grafia rratos, desembarcou no português.

Reencenada ontem em Brasília como comédia, a associação entre o rato e o ladrão é antiga. Sem fornecer uma data, o Houaiss a registra como a terceira acepção de “rato”, a primeira figurada: “pessoa que pratica furtos em locais públicos, tais como igrejas, feiras etc.; ladrão, ratazana”.

Cabe mais uma vez a Corominas nos dar uma ideia do momento aproximado em que tal associação surgiu: o espanhol “rata” já tinha em 1605 a acepção de “ladrão que furta coisas de pouco valor”.

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