O nome disso é Justiça?
A palavra justiça vem do latim justitia, que, além do sentido de “direito escrito, leis”, tinha os de equidade, justeza, exatidão (do peso), bondade, benignidade, afabilidade e brandura, segundo o clássico “Dicionário Latino-Português” de Saraiva. Que acrescenta outra informação curiosa: a palavra derivou do adjetivo justus e não o contrário, o que sugere a existência […]
A palavra justiça vem do latim justitia, que, além do sentido de “direito escrito, leis”, tinha os de equidade, justeza, exatidão (do peso), bondade, benignidade, afabilidade e brandura, segundo o clássico “Dicionário Latino-Português” de Saraiva. Que acrescenta outra informação curiosa: a palavra derivou do adjetivo justus e não o contrário, o que sugere a existência de um solo intuitivo de percepção daquilo que é justo – que tem a devida medida, conveniente, suficiente, legítimo, como está no dicionário – antes que sobre ele se erguesse a catedral das leis.
Faltando esse solo – que não é de composição muito diferente daquela terra firme chamada bom senso –, a catedral simplesmente desmorona. Está acontecendo agora no Brasil. Ontem fez dez anos que o jornalista Antônio Marcos Pimenta Neves matou sua ex-namorada Sandra Gomide com dois tiros, o primeiro pelas costas e o segundo na cabeça. Réu confesso, condenado em primeira e segunda instâncias, nunca cumpriu a pena. Aguarda em liberdade o julgamento de seu recurso pelo Supremo Tribunal Federal.