O mundo e o imundo
Compartilhe essa matéria: Link copiado! É curiosa a palavra do latim clássico mundus. Pela grandiosidade vertiginosa nela abarcada, e que se transferiu quase integralmente para o vocábulo português mundo, poderíamos supor que se desse por satisfeita com as seguintes acepções listadas no referencial dicionário Saraiva: “o céu, a abóbada celeste, o firmamento; universo, a criação; […]
É curiosa a palavra do latim clássico mundus. Pela grandiosidade vertiginosa nela abarcada, e que se transferiu quase integralmente para o vocábulo português mundo, poderíamos supor que se desse por satisfeita com as seguintes acepções listadas no referencial dicionário Saraiva: “o céu, a abóbada celeste, o firmamento; universo, a criação; globo terrestre, a terra, as nações; o Império Romano; mundo subterrâneo, os infernos; o mundo considerado como Deus”.
Não foi o caso. Mundus também fazia bicos semânticos mais prosaicos – ou talvez devêssemos chamá-los mundanos, para deixar tudo em família – como um substantivo que queria dizer “objetos de toucador, adornos; enxoval; utensílios, instrumentos”, e também como um adjetivo que significava “limpo, são; puro; elegante, apurado”.
Existe em português o adjetivo mundo, “limpo”, mas seu emprego é raro. O mesmo não se pode dizer de seu antônimo: imundo, “impuro, sujo”, é palavra de uso corrente e não deixa que se dissipe de todo a riqueza semântica ancestral de mundus.
Num momento em que cresce em todo o planeta a consciência de que nossa espécie está deixando o globo terrestre cada vez mais sujo, “mundo imundo” é, infelizmente, bem mais do que um simples achado etimológico.
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