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Sobre Palavras

Por Sérgio Rodrigues Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Este blog tira dúvidas dos leitores sobre o português falado no Brasil. Atualizado de segunda a sexta, foge do ranço professoral e persegue o equilíbrio entre o tradicional e o novo.

O ‘granf’, o ‘grunf’ e a origem da linguagem

No baú sem fundo das histórias que nunca foram escritas, imagine a de uma comunidade pré-histórica que não conhecia a linguagem falada além de dois gruhidos bipolares, “granf” e “grunf” – indicações grosseiras de sim ou não, bom ou ruim, lindo ou horroroso, curti ou não curti. À parte essa lacuna embaraçosa, era uma sociedade […]

Por Sérgio Rodrigues
Atualizado em 31 jul 2020, 09h32 - Publicado em 12 fev 2012, 12h33

saco-r%c3%basticoNo baú sem fundo das histórias que nunca foram escritas, imagine a de uma comunidade pré-histórica que não conhecia a linguagem falada além de dois gruhidos bipolares, “granf” e “grunf” – indicações grosseiras de sim ou não, bom ou ruim, lindo ou horroroso, curti ou não curti. À parte essa lacuna embaraçosa, era uma sociedade perfeitamente funcional e até sofisticada que cultivava vastos campos de inhame, o casamento monogâmico e o pagamento de propina aos seus líderes religiosos em troca de felicidade (“granf”) na vida eterna.

Um dia, dois dos mais bonitos e saudáveis (“granf-granf”) jovens da aldeia decidiram se casar. Tudo se passou de acordo com a melhor tradição de seu povo: o noivo embolachou a noiva até ela perder os sentidos, arrastou-a pelos cabelos até sua caverna e a manteve amarrada com cipós de aroeira à espera da cerimônia, marcada para dali a sete sóis.

No dia do casamento, chegou à aldeia um presente misterioso trazido de uma comunidade situada do lado de lá das montanhas por um portador peludo que logo deu um jeito de sumir dali. A princípio todos sentiram medo (“grunf”) do estranho regalo: um saco enorme feito de bexiga de bisão, cheio de coisas que, sacudidas, produziam um barulho suspeitíssimo. Demoraram algum tempo a reunir coragem para abri-lo e ver que ele estava repleto de palavras. Na sua inocência, uma criança foi a primeira a enfiar a mão lá dentro e puxar um item aleatório.

– Irado! – saiu dizendo.

Foi assim que a comunidade aprendeu a nomear tudo o que lhe era mais caro: inhame, monogamia, dízimo, vida eterna. Infelizmente, esta é uma história sem final feliz porque o casamento dos jovens bonitos e saudáveis que propiciou tudo isso não durou muito tempo. Ela logo deixou a caverna dele para nunca mais voltar, pisando firme e dizendo a quem quisesse ouvir:

– Tremendo porco chauvinista!

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