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Sobre Palavras

Por Sérgio Rodrigues Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Este blog tira dúvidas dos leitores sobre o português falado no Brasil. Atualizado de segunda a sexta, foge do ranço professoral e persegue o equilíbrio entre o tradicional e o novo.
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O certo é ’10 mega’ ou ’10 megas’?

“Por favor, por que se fala em ’10 mega’ e não ’10 megas’, no plural? Obrigado.” (Ailton da Cunha) A questão trazida por Ailton é tão atual e polêmica que chego a me surpreender com o fato de não ter aparecido aqui antes: quando empregamos – e empregamos o tempo todo – “mega” como forma […]

Por Sérgio Rodrigues
Atualizado em 31 jul 2020, 02h51 - Publicado em 16 out 2014, 15h22

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“Por favor, por que se fala em ’10 mega’ e não ’10 megas’, no plural? Obrigado.” (Ailton da Cunha)

A questão trazida por Ailton é tão atual e polêmica que chego a me surpreender com o fato de não ter aparecido aqui antes: quando empregamos – e empregamos o tempo todo – “mega” como forma reduzida de “megabyte”, a palavra ganha ou não ganha um s ao ir para o plural? A mesma dúvida se aplica, claro, a “giga”, “tera” etc.

A resposta resumida é: “mega” ou “megas”, escolha o seu plural e seja feliz. Nenhum dos dois está inteiramente errado e nenhum dos dois está inteiramente certo – bem-vindo à língua real, aquela que as pessoas falam no mundo que fica do lado de fora dos dicionários e gramáticas, ou seja, no mundo propriamente dito.

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Em outras palavras, há argumentos linguísticos de ambos os lados, mas estamos no terreno da informalidade. Um sábio carrancudo diria que o certo é “10 megabaites” (sim, de preferência na versão aportuguesada), sem abreviar nada, e fim de papo. Mas deixemos o sábio carrancudo para lá.

Os defensores de “10 mega”, que uma busca no Google sugere serem maioria entre os ditadores de regras, têm a convicção admirável de estarem do lado correto da guerra. Alegam que “mega”, por ser um prefixo e não um substantivo, não pode de forma alguma ser flexionado.

Isso é verdade, mas só até certo ponto. Sendo um prefixo (com o sentido de “um milhão de vezes” ou, no caso da informática, um pouquinho mais do que isso), “mega” também não deveria ser usado isoladamente.

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Ao aparecer isolado, é natural que passe a ser interpretado como substantivo, da mesma forma que o prefixo “quilo” (que significa “mil vezes”) é compreendido desde o século XIX – e dicionarizado também – como forma abreviada de “quilograma”. O plural de “quilo” é indiscutivelmente “quilos”, pois não?

Será que “mega” seguirá os passos de “quilo” ou manterá sua invariabilidade de prefixo? O único árbitro em casos desse tipo é o uso, e tudo indica que precisaremos de mais algum tempo para que ele se decida por uma das formas. Até lá, tudo o que podemos fazer é evitar corrigir o próximo sem saber direito onde cantou o galo.

*

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