O banco quebrado e a bancarrota, uma redundância
A bancarrota, a ruína financeira, é uma palavra que o português importou no século 16 do italiano banca rotta, de sentido dolorosamente literal: banco quebrado. Essa memória etimológica foi empalidecendo com o tempo, como costuma ocorrer, mas casos como o do Banco Panamericano sempre dão um jeito de reavivá-la. Foi também no italiano que nasceu […]
A bancarrota, a ruína financeira, é uma palavra que o português importou no século 16 do italiano banca rotta, de sentido dolorosamente literal: banco quebrado. Essa memória etimológica foi empalidecendo com o tempo, como costuma ocorrer, mas casos como o do Banco Panamericano sempre dão um jeito de reavivá-la.
Foi também no italiano que nasceu a palavra banco, que o português usa desde o século 15. O papel de liderança assumido pelas cidades-Estado italianas como centros financeiros mundiais daquele tempo fez com que o termo banca desse origem a uma infinidade de palavras planeta afora: bank (alemão, inglês, holandês, sueco etc.), banque (francês), banka (turco), entre outras.
Curiosamente, a origem do termo na língua de Dante não poderia ser mais prosaica. Banca era a princípio a mesinha, a bancada em que se realizavam as transações em dinheiro, sentido que acabou se expandindo por metonímia. Também se aplicava a qualquer tendinha que vendesse mercadorias.
Uma nova expansão, esta ocorrida já no século 20, levou o substantivo banco a designar locais onde se armazenam ou se catalogam artigos de valor em geral – banco de sangue, de dados, de esperma, de talentos etc.