Na Copa da prosódia, ‘hexa’ promete jogo duro
Não vai ser fácil transformar o sonho em realidade, mesmo contando com o brilho de Neymar e mesmo jogando em casa, mas não importa: a simples possibilidade do hexacampeonato será suficiente para garantir um certo desentrosamento na equipe brasileira. Não, não estamos falando de futebol. Estamos falando de prosódia. O fato é que a ortoépia […]

Não vai ser fácil transformar o sonho em realidade, mesmo contando com o brilho de Neymar e mesmo jogando em casa, mas não importa: a simples possibilidade do hexacampeonato será suficiente para garantir um certo desentrosamento na equipe brasileira. Não, não estamos falando de futebol. Estamos falando de prosódia.
O fato é que a ortoépia (palavra que significa simplesmente “boa pronúncia”) de hexa, elemento de composição proveniente do grego héks (“seis”), está longe de ser pacífica.
A pronúncia mais empregada é a preferida do dicionário Aurélio: hecsa. No entanto, a mais correta seria bem diferente, segundo o Houaiss: heza. E agora? O hexa que o Brasil disputará em seus próprios gramados dentro de poucos meses deve ter pronúncia semelhante a oxigênio (o que se espera que não falte ao time de Felipão) ou seria melhor que soasse como êxito (idem)?
Para complicar ainda mais o jogo, uma terceira vertente, minoritária, representada aqui pelo gramático Domingos Paschoal Cegalla, prega a pronúncia hegza.
O consolo é que, se vier mesmo o hexacampeonato numa Copa do Mundo disputada no Brasil, pouca gente vai estar interessada em prosódia, certo? Até hecha vai acabar valendo.