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Sobre Palavras

Por Sérgio Rodrigues Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Este blog tira dúvidas dos leitores sobre o português falado no Brasil. Atualizado de segunda a sexta, foge do ranço professoral e persegue o equilíbrio entre o tradicional e o novo.

Mulher que diz ‘obrigado’ deve ser obrigada a mudar?

“Venho reparando que muitas mulheres, quando vão agradecer alguma coisa, dizem ‘obrigado’. Elas não deveriam dizer ‘obrigada’? Sempre achei que sim, mas de repente fiquei na dúvida. Ou esse é mais um daqueles casos que você já comentou de ‘tanto faz como tanto fez’?” (Luis Claudio Coimbra) A dúvida de Luis Claudio denota um bom […]

Por Sérgio Rodrigues
Atualizado em 31 jul 2020, 13h39 - Publicado em 11 nov 2010, 18h14

“Venho reparando que muitas mulheres, quando vão agradecer alguma coisa, dizem ‘obrigado’. Elas não deveriam dizer ‘obrigada’? Sempre achei que sim, mas de repente fiquei na dúvida. Ou esse é mais um daqueles casos que você já comentou de ‘tanto faz como tanto fez’?” (Luis Claudio Coimbra)

A dúvida de Luis Claudio denota um bom ouvido. Não conheço pesquisas linguísticas que quantifiquem o fenômeno, mas minha própria experiência confirma sua impressão: acredito não serem poucas as mulheres brasileiras que, pelo menos nos últimos tempos, têm recorrido a “obrigado” – assim mesmo, no masculino – como fórmula de agradecimento.

Do ponto de vista da tradição, trata-se simplesmente de um erro, um sinal de desleixo com o idioma. A maioria dos falantes nunca parou para pensar nisso, mas o sentido de nossa mais consagrada fórmula de agradecimento é “fico-lhe obrigado”, isto é, “passo, a partir deste momento, a ser seu devedor”. Logo se vê que obrigado, aí, é um adjetivo. Naturalmente, exige que a ele se apliquem as flexões cabíveis de número e gênero: obrigada, obrigados, obrigadas.

Acontece que esse papel de adjetivo vem se perdendo há muito tempo na palavra obrigado quando a empregamos com o sentido de “grato”. Hoje o termo costuma ser usado como interjeição, o que torna natural que seja compreendido como invariável.

Portanto, o que de um certo ponto de vista é um erro indiscutível também pode ser encarado como uma mutação lingüística em curso.

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