Mais três dúvidas de português que nunca vão embora
O sucesso do Consultório da semana passada, em que três dúvidas recorrentes dos leitores foram recapituladas, me estimulou a prolongar a série. As questões abaixo também não parecem dispostas a ir embora, por mais que se escreva sobre elas. * Manter x manterem “Saudações. Gostaria de saber a forma mais correta de escrever a frase […]
O sucesso do Consultório da semana passada, em que três dúvidas recorrentes dos leitores foram recapituladas, me estimulou a prolongar a série. As questões abaixo também não parecem dispostas a ir embora, por mais que se escreva sobre elas.
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Manter x manterem
“Saudações. Gostaria de saber a forma mais correta de escrever a frase abaixo, na modalidade culta: ‘Os ocupantes dos cargos se prestam a MANTEREM o déficit’ ou ‘Os ocupantes dos cargos se prestam a MANTER o déficit’?” Rodrigo Esteves de Oliveira
A consulta de Rodrigo tem uma resposta simples – “manter o déficit”, com o infinitivo não flexionado, soa muito melhor – e outra nem tão simples, que abre a porta de um mundo tão rico quanto complicado, o do infinitivo pessoal. Trata-se de uma peculiaridade da língua portuguesa diante da qual, com frequência, o ouvido vale mais do que as listas de regrinhas. Em agosto do ano passado, a coluna deu um passeio por lá.
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O mesmo, o mesmo e ainda o mesmo
“Vejo muitos textos, inclusive em jornais, onde ‘mesmo’ é empregado como pronome, como no exemplo clássico do aviso no elevador: ‘Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado no andar’. A gramática já aceita esse uso? Fico na dúvida porque tenho visto até em documentos jurídicos. Não sei mais se é erro.” Ybéria Soares
Ybéria, não se trata de erro gramatical, mas de escorregão de estilo. Ressalvadas intenções humorísticas, a cafonice desse “mesmo” deve ser evitada e foi comentada aqui no Sobre Palavras – com o bônus de uma dica literária – neste artigo de agosto de 2010.
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História ou estória?
“É correto na nova ortografia escrever história com a letra E (estória)?” Simone Vieira
Simone, a questão não tem nada a ver com a reforma ortográfica. Trata-se, na verdade, de duas palavras: a consagrada história e a polêmica estória, que tem defensores apaixonados, mas a quem muita gente boa nega o direito de existir – e que eu mesmo não uso. Discorri mais longamente sobre o assunto neste post de janeiro do ano passado.
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