‘Mais benéfico’ é uma construção redundante?
“Olá, gostaria de saber se a expressão ‘mais benéfica’ é redundante. Já li textos onde há essa expressão. Porém acho que soa meio estranho e algumas pessoas me disseram que não é correto. Tenho muita dúvida a respeito. Desde já agradeço!” (Luana Aguiar) Não há nada errado com a construção “mais benéfico(a)”, Luana. Ou “menos […]
“Olá, gostaria de saber se a expressão ‘mais benéfica’ é redundante. Já li textos onde há essa expressão. Porém acho que soa meio estranho e algumas pessoas me disseram que não é correto. Tenho muita dúvida a respeito. Desde já agradeço!” (Luana Aguiar)
Não há nada errado com a construção “mais benéfico(a)”, Luana. Ou “menos benéfico”. Benéfico quer dizer “que faz bem, salutar; positivo, favorável”. Qualidades que, longe de serem absolutas, admitem gradações como estas:
1. comparativo de superioridade: “O clima da montanha é mais benéfico que o da praia para quem tem problemas respiratórios”;
2. comparativo de inferioridade: “O clima da praia é menos benéfico que o da montanha para quem tem problemas respiratórios”;
3. superlativo relativo: “O clima da montanha é, entre todos, o mais benéfico para quem tem problemas respiratórios”;
4. superlativo absoluto: “O clima da montanha é extremamente benéfico (ou beneficentíssimo – sim, o palavrão é este mesmo) para quem tem problemas respiratórios”.
Repare que, de todos os exemplos, apenas o último é construído sem um advérbio quantitativo (“mais” ou “menos”). Isso ocorre porque o superlativo absoluto já traz em si a ideia de algo notável, superior ou mesmo inigualável, sem a necessidade de um parâmetro externo que a ressalte.
Os adjetivos que fogem à regra acima, rejeitando (salvo em casos especiais) o advérbio quantitativo “mais”, são apenas quatro:
1. bom: comparativo “melhor”, superlativo relativo “o melhor” e superlativo absoluto “ótimo”;
2. ruim: “pior”, “o pior” e “péssimo”;
3. grande: “maior”, “o maior” e “máximo”;
4. pequeno: “menor”, “o menor” e “mínimo”.
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