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Sobre Palavras

Por Sérgio Rodrigues Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Este blog tira dúvidas dos leitores sobre o português falado no Brasil. Atualizado de segunda a sexta, foge do ranço professoral e persegue o equilíbrio entre o tradicional e o novo.

Índio quer pipoca? Te toca, índio

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Por Sérgio Rodrigues
18 fev 2014, 16h45 • Atualizado em 31 jul 2020, 04h25
  • PAbacaxi, tapera, mandioca, piranha, tatu, curumim, carioca, todo mundo sabe que a língua portuguesa – sobretudo a que se fala no Brasil – herdou do tronco linguístico tupi um imenso tesouro vocabular. Mesmo assim, foi com surpresa que descobri que uma dessas palavras é pipoca.

    Surpresa por quê? Em primeiro lugar por ignorância, claro. Em segundo, suponho, por não associar esse “grão de milho estourado com o calor e que se come salgado ou adoçado” (Houaiss) à cultura indígena. Mandioca, sim, mas pipoca? Esta parece moderna demais, ligada a urbaníssimas sessões de cinema e de sonoridade até semelhante ao inglês popcorn.

    Bobagem. Quando se sabe que a história pré-colombiana da pipoca é estimada em milhares de anos, já não surpreende descobrir que lá estava ela fazendo sua estreia oficial na língua portuguesa no clássico poema épico “Caramuru”, que o frei José de Santa Rita Durão publicou em 1781:

    De víveres prover a gente armada;
    Quais torravam o aipim, quem mandiocas,
    Outros na cinza as cândidas pipocas.

    A citação está no referencial “Dicionário histórico das palavras de origem tupi”, de Antônio Geraldo da Cunha, que tem ainda o mérito de definir em veia um pouco mais poética do que o Houaiss seu objeto de estudo: “Grão de milho que, estalado ao calor do fogo, forma um floco branco, que se come borrifado com sal ou banhado com mel”.

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    Em termos literais, o tupi pi’poka traz a ideia de “pele estourada” – poka significa aquilo que estala, que faz barulho. Como se vê, a semelhança com popcorn, algo como “milho que estoura”, não é apenas sonora.

    Em tempo: o título ali em cima é tirado da letra de “Cara de índio”, velha e ótima canção de Djavan em sua primeira fase. Talvez não tenha tanto assim a ver com o post, mas não resisti.

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