Humor, um tributo a Chico Anysio
Chico Anysio (1931-2012) em foto de Oscar Cabral Chico, apelido de Francisco, quer dizer pequeno em espanhol, mas era o nome de um gigante. Em homenagem ao inesquecível Chico Anysio – e na tentativa de trocar o sentimento de luto pela celebração de um legado artístico de um tamanho que poucos terão deixado no Brasil […]

Chico, apelido de Francisco, quer dizer pequeno em espanhol, mas era o nome de um gigante. Em homenagem ao inesquecível Chico Anysio – e na tentativa de trocar o sentimento de luto pela celebração de um legado artístico de um tamanho que poucos terão deixado no Brasil –, a palavra desta semana é humor. Aquilo que o cearense Francisco Anísio Vianna de Oliveira Paula transformou em grande arte.
Parece piada, mas é verdade: a palavra veio do latim humor com sentido médico. Na Antiguidade o humor era apenas – como ainda é, em acepção menos corrente – um sinônimo de fluido corporal. Até a Idade Média acreditava-se que o corpo humano fosse regido pela combinação de quatro humores, que deviam ser bem balanceados para que a pessoa não se tornasse, pendendo para um deles, colérica, sanguínea, fleumática ou melancólica.
Foi a princípio no inglês que, entre os séculos 16 e 17, deu-se uma primeira ampliação de sentido – humor como sinônimo de temperamento, disposição, estado de ânimo – e em seguida mais uma: temperamento brincalhão, boa disposição, estado de ânimo alegre, em processo semelhante ao que levou substantivos como êxito e qualidade a incorporar respectivamente os sentidos de bom êxito e boa qualidade, tornando dispensáveis os adjetivos. O que era bom humor virou humor só.