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Sobre Palavras

Por Sérgio Rodrigues Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Este blog tira dúvidas dos leitores sobre o português falado no Brasil. Atualizado de segunda a sexta, foge do ranço professoral e persegue o equilíbrio entre o tradicional e o novo.

Espécie ou espécime?

“Prezado Sérgio, está certo falar em ‘espécime’ (de planta, animal etc.)? Ou devemos preferir ‘espécie’? Sempre achei que ‘espécime’ era um jeito pernóstico de falar ‘espécie’, usado por gente que gosta de complicar o discurso achando que assim fala bonito. Mas de vez em quando vejo a palavra em livros e jornais, então me veio […]

Por Sérgio Rodrigues
Atualizado em 31 jul 2020, 06h49 - Publicado em 21 fev 2013, 13h22

chiuaua

“Prezado Sérgio, está certo falar em ‘espécime’ (de planta, animal etc.)? Ou devemos preferir ‘espécie’? Sempre achei que ‘espécime’ era um jeito pernóstico de falar ‘espécie’, usado por gente que gosta de complicar o discurso achando que assim fala bonito. Mas de vez em quando vejo a palavra em livros e jornais, então me veio a dúvida.” (Carolina Abranches)

Acredito que a dúvida de Carolina seja compartilhada por muita gente, mas a solução é simples: não faz sentido escolher entre as palavras espécie e espécime. Apesar da semelhança, trata-se de vocábulos inteiramente diferentes, cada um com sua própria origem e significado.

Espécie é uma palavra antiga (século XIII) que aponta sempre para uma coletividade. Espécime é um vocábulo relativamente recente (século XIX) que se refere a um indivíduo dentro dessa coletividade.

Em seu sentido mais básico, a palavra espécie (do latim species, “conjunto de traços que fazem reconhecer qualquer objeto”) é definida pelo Houaiss como “característica comum que serve para dividir os seres em grupos”.

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Na acepção biológica que Carolina destaca, a definição precisa é um tanto controversa, o que não vem ao caso na linguagem comum. Para o lexicógrafo significa “categoria taxonômica abaixo do gênero, cujos indivíduos são morfologicamente semelhantes entre si e com seus progenitores e se entrecruzam gerando descendentes férteis”. Soa complicado, mas exemplos deixam o sentido mais claro: seres humanos pertencem a uma espécie, cachorros a outra.

Já o sentido biológico de espécime (do latim specimen, “amostra, prova”) é “qualquer indivíduo de uma espécie”. Cachorros formam uma espécie, mas aquele chiuaua ali, no colo da madame, é um espécime. A grafia “espécimen” também é considerada correta, embora não seja preferível.

Outra diferença é que espécie é substantivo feminino e espécime, masculino – qualquer que seja o sexo do espécime.

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