Esculhambando a etimologia
O verbo esculhambar é um brasileirismo nascido no século 20, sobre isso concordam todos os filólogos. Mas termina aí o que a palavra tem de pacífico. Com suas acepções de “repreender de forma rude ou ofensiva”, “bagunçar, avacalhar” e ainda “estragar, quebrar, causar dano a”, esculhambar divide os estudiosos em duas facções, cada uma agrupada […]
O verbo esculhambar é um brasileirismo nascido no século 20, sobre isso concordam todos os filólogos. Mas termina aí o que a palavra tem de pacífico. Com suas acepções de “repreender de forma rude ou ofensiva”, “bagunçar, avacalhar” e ainda “estragar, quebrar, causar dano a”, esculhambar divide os estudiosos em duas facções, cada uma agrupada em torno de um tabuísmo (palavrão) que estaria na origem do termo: cu (no sentido lusitano de nádegas) ou colhão.
Silveira Bueno e José Pedro Machado estão no primeiro time. “É termo da gíria brasileira e primeiramente foi fescenino, arrebentar as nádegas, o cu, a pancadas”, anota o primeiro em seu Grande Dicionário Etimológico Prosódico da Língua Portuguesa.
Do outro lado da quadra se alinham nomes de peso equivalente: Antenor Nascentes e Antônio Geraldo da Cunha se inclinam pela tese de que esculhambar tinha o sentido primitivo de (nas palavras do primeiro) “ficar com os testículos (colhões) feridos de tanto andar a cavalo”.
De uma forma ou de outra, o processo de formação a partir do palavrão original é obscuro.