‘Ele se propôs fazer’ ou ‘ele se propôs a fazer’?
“Minha consulta é sobre o uso do verbo ‘propor-se’. Tenho visto em diversas publicações frases com o emprego de ‘propor-se’ seguido de preposição – do tipo ‘fulano propôs-se a atingir sua meta’. Apreciaria conhecer seu parecer a respeito.” (José Ávila) A resposta curta é: tanto faz. Quando é pronominal, com o sentido de “tencionar, dispor-se […]
“Minha consulta é sobre o uso do verbo ‘propor-se’. Tenho visto em diversas publicações frases com o emprego de ‘propor-se’ seguido de preposição – do tipo ‘fulano propôs-se a atingir sua meta’. Apreciaria conhecer seu parecer a respeito.” (José Ávila)
A resposta curta é: tanto faz. Quando é pronominal, com o sentido de “tencionar, dispor-se a, ter o propósito de”, o verbo “propor” pode ser acompanhado ou não da preposição “a”.
Está correto dizer “Ele se propôs parar de fumar”. Não menos correto seria dizer “Ele se propôs a parar de fumar”.
Em seu “Dicionário de verbos e regimes”, Francisco Fernandes, depois de registrar exemplos das duas regências colhidos em textos cultos, observou que a construção sem preposição era a preferida dos “puristas”. Mas acrescentou: “Tal preceito, entretanto, nem sempre é observado…”. Detalhe significativo: o dicionário de Fernandes foi lançado em 1940!
Se naquele momento já era ultrapassada a resistência dos gramáticos conservadores a “propor-se a” – construção empregada por Machado de Assis e Rui Barbosa, entre outros autores canônicos –, hoje as duas regências são usadas, como diz Domingos Paschoal Cegalla, “indiferentemente”.
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