Draco, o primeiro dos draconianos
O adjetivo português “draconiano”, existente desde o último quarto do século XIX e normalmente empregado para qualificar leis ou medidas severas demais, nasceu em referência a Draco, também conhecido em nosso idioma como Dracão, um legislador de Atenas no século VII a.C. Como ocorre com o substantivo “boicote” (leia mais sobre ele aqui), “draconiano” é […]

O adjetivo português “draconiano”, existente desde o último quarto do século XIX e normalmente empregado para qualificar leis ou medidas severas demais, nasceu em referência a Draco, também conhecido em nosso idioma como Dracão, um legislador de Atenas no século VII a.C.
Como ocorre com o substantivo “boicote” (leia mais sobre ele aqui), “draconiano” é uma daquelas palavras que têm por trás um personagem real. Embora se saiba pouco sobre sua vida, Draco deixou um legado tão marcante que imprimiu seu nome na linguagem comum em diversos idiomas.
O termo francês draconien, de 1796, é tido como a fonte imediata do vocábulo português. O inglês draconian, que tem aproximadamente a mesma idade do adjetivo luso, também parece ter sofrido influência do francês – a palavra que se empregava por lá desde princípios do século XVIII era draconic.
Draco concebeu o primeiro código penal abrangente de Atenas, que ficou famoso por seu rigor de pesadelo. Como diz o Webster’s etimológico, “o que Draco deixava a desejar em compaixão, compensava em coerência: quase todos os crimes, tanto os triviais quanto os sérios, eram punidos com a pena de morte”.