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Sobre Palavras

Por Sérgio Rodrigues Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Este blog tira dúvidas dos leitores sobre o português falado no Brasil. Atualizado de segunda a sexta, foge do ranço professoral e persegue o equilíbrio entre o tradicional e o novo.

Dos enamorados aos namorisqueiros

‘O beijo do Hotel de Ville’, foto do francês Robert Doisneau O amor mora dentro dos namorados? Bem, cada caso é um caso, mas no caso da palavra – uma preciosa contribuição do século XIII à então infante língua portuguesa – a resposta é um indiscutível “sim”. Continua após a publicidade Do amor, vindo do […]

Por Sérgio Rodrigues
Atualizado em 31 jul 2020, 01h10 - Publicado em 12 jun 2015, 14h12

'O beijo do Hotel de Ville', foto do francês Robert Doisneau

‘O beijo do Hotel de Ville’, foto do francês Robert Doisneau

O amor mora dentro dos namorados? Bem, cada caso é um caso, mas no caso da palavra – uma preciosa contribuição do século XIII à então infante língua portuguesa – a resposta é um indiscutível “sim”.

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Do amor, vindo do latim amor, amoris, fez-se já com a caixa de ferramentas do português, um prefixo aqui e um sufixo ali, “enamorar(-se)”: en + amor + ar, ou seja, pôr(-se) em estado de amor, encantar ou se deixar encantar.

Se até aquele momento a formação vocabular se dera por adição, logo chegou a hora de subtrair: os falantes se enamoraram da nova palavra, ganharam intimidade com ela, e “enamorar” não demorou a perder seu primeiro fonema para nossa tendência atávica a encurtar, abreviar – no caso, tratando-se de fonema inicial, aquilo que os especialistas chamam de aférese.

Estamos falando do mesmo processo que hoje, sem o verniz respeitável que o tempo confere a essas coisas, transforma na linguagem ronronante dos namorados uma frase como “Amor, que bom que você está aqui” em Mô, que bom cê tá qui. (Ridículo? Claro que sim: declarações de amor não o seriam se não fossem ridículas, como já disse – mais ou menos – o poeta Fernando Pessoa.)

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Uma vez que a reprodução, acidental ou não, está sempre no horizonte dos namorados, é interessante observar a multiplicação (linguística) que logo entrou na história, criando – a lista é do Houaiss – as palavras “namoração, namorada, namoradeira, namoradeiro, namoradiço, namoradinho, namorado, namorador, namoramento, namorante, namorar, namorativo, namoratória, namoratório, namorável, namorento, namoricador, namoricar, namorice, namorichar, namoricho, namorico, namorilho, namoriscador, namoriscante, namoriscar, namorisco, namorismo, namorisqueiro, namorista, namoro”.

Namorento? Namorisqueiro? Que seja. Também a eles a coluna deseja um feliz Dia dos Namorados.

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