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Sobre Palavras

Por Sérgio Rodrigues Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Este blog tira dúvidas dos leitores sobre o português falado no Brasil. Atualizado de segunda a sexta, foge do ranço professoral e persegue o equilíbrio entre o tradicional e o novo.

Dilma e a verdade à moda grega

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Por Sérgio Rodrigues
19 Maio 2012, 11h00 • Atualizado em 31 jul 2020, 08h49
  • Já nos primeiros minutos do emocionado discurso que pronunciou na cerimônia de instalação da Comissão da Verdade, quarta-feira, a presidente Dilma Rousseff apresentou uma curiosidade filológica surpreendente: “A palavra ‘verdade’, na tradição grega ocidental, é exatamente o contrário da palavra ‘esquecimento’”, disse ela. “É memória e é História. É a capacidade humana de contar o que aconteceu.”

    Será mesmo? Diga-se, a bem da verdade, que a palavra verdade nunca significou, em termos filosóficos, exatamente o contrário de esquecimento na “tradição grega ocidental”, mas de fato existe uma verdade etimológica profunda na afirmação da presidente.

    Nosso vocábulo verdade veio no século 13 do latim veritas, veritatis, mas o termo grego que os latinos traduziam por essa palavra era etimologicamente bem distinto: na língua de Platão (foto), aletheia carregava sobretudo a ideia de desvelamento, de descoberta, de retirada do véu da aparência para revelar aquilo que verdadeiramente é.

    E o que a memória tem a ver com isso? Na mitologia grega, chamava-se Lete o “rio do esquecimento”, que provocava a perda de memória em quem bebesse de sua água. Aletheia (de a + lethe) era, na origem, a negação dessa amnésia, e portanto a afirmação da memória, provavelmente entendida como o próprio fundamento da razão. Como lembra o filósofo catalão José Ferrater Mora, “o sentido primário da verdade como aletheia não é (…) mera descoberta ou patenteamento, mas, sobretudo, a manifestação da recordação”.

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