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Sobre Palavras

Por Sérgio Rodrigues Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Este blog tira dúvidas dos leitores sobre o português falado no Brasil. Atualizado de segunda a sexta, foge do ranço professoral e persegue o equilíbrio entre o tradicional e o novo.

Como surgiu a expressão ‘arranca-rabo’?

Virgulino Ferreira, o Lampião: arrancador de rabos “Prezado Sérgio, reparei que às vezes você utiliza a expressão popular ‘arranca-rabo’ para falar de briga, discussão violenta. Meu saudoso pai também a repetia com frequência. Venho trazer então à sua apreciação, aliás sempre ponderada, algo que me intriga há muitos anos: é possível dizer como surgiu a […]

Por Sérgio Rodrigues
Atualizado em 31 jul 2020, 05h14 - Publicado em 7 out 2013, 17h03

Virgulino Ferreira, o Lampião: arrancador de rabos

Virgulino Ferreira, o Lampião: arrancador de rabos

“Prezado Sérgio, reparei que às vezes você utiliza a expressão popular ‘arranca-rabo’ para falar de briga, discussão violenta. Meu saudoso pai também a repetia com frequência. Venho trazer então à sua apreciação, aliás sempre ponderada, algo que me intriga há muitos anos: é possível dizer como surgiu a referida expressão?” (Adeilson Martins)

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Caro Adeilson, a origem de palavras e expressões desse tipo costuma ser nebulosa. Certeza mesmo é difícil ter, mas tomo a liberdade de repassar sua consulta ao famoso pesquisador e folclorista potiguar Luís da Câmara Cascudo (1898-1986), que conta uma história interessante.

Em seu livro “Locuções tradicionais no Brasil”, Câmara Cascudo garante que a palavra composta “arranca-rabo”, considerada pelo Houaiss um brasileirismo, tem na verdade “proveniência portuguesa” e, mais ainda, se enraíza numa prática existente há “mais de três mil anos”.

Cortar, arrancar, decepar a cauda dos animais, notadamente os equinos, era troféu guerreiro de valia inestimável. Quatorze séculos antes de Cristo, o fidalgo Amenemheb, oficial do faraó Tutmés III, vangloriava-se de ter, no combate de Kadesch, no Oronte, cortado a cauda da montada do Rei inimigo.

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A carga simbólica guerreira do rabo cortado teria sido reavivada na cultura brasileira, segundo Câmara Cascudo, pelos cangaceiros:

Arrancar o rabo ao cavalo de sela do chefe adversário era proeza comentada. Os velhos cangaceiros, antigos e recentes, Jesuíno Brilhante, Adolfo Meia-Noite, Antônio Silvino, Lampião, pelo Nordeste, não esqueciam de infligir ao gado das fazendas depredadas o bárbaro suplício, humilhando os proprietários.

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