A volta do craque e do futebol
É evidente que há muito mais palavras do que semanas – pelo menos na vida de um mortal. Isso não impede o eterno retorno de algumas delas. A palavra de uma semana que teve ar de contagem regressiva, enquanto Lionel Messi e Neymar se preparavam para o duelo de amanhã no Japão, bem poderia ser […]
É evidente que há muito mais palavras do que semanas – pelo menos na vida de um mortal. Isso não impede o eterno retorno de algumas delas.
A palavra de uma semana que teve ar de contagem regressiva, enquanto Lionel Messi e Neymar se preparavam para o duelo de amanhã no Japão, bem poderia ser craque, pois estamos falando de dois dos maiores dos últimos tempos. Só não será porque, em fevereiro deste ano, quando Ronaldo Fenômeno se despediu oficialmente do futebol, já foi:
Como chute (shoot), beque (back) e outros termos futebolísticos, craque é resultado de um processo direto de aportuguesamento – no caso, do adjetivo crack, uma gíria registrada pela primeira vez no idioma de Wayne Rooney no distante ano de 1793, bem antes da invenção do futebol.
Hmm, se craque representaria uma redundância, que tal futebol? Tarde demais outra vez. Em julho, quando Ronaldinho Gaúcho e o mesmo Neymar mesmerizaram o país naquele Santos 4 x 5 Flamengo, lá estava ela:
Talvez por acaso, mas provavelmente não, a grafia definitiva de futebol surgiu justamente na época em que o já veterano Arthur Friedenreich e o ainda jovem Leônidas da Silva, entre outros, tratavam de abrasileirar também dentro de campo um jogo destinado a ter cada vez menos ângulos retos.
Que sirva então a soma das duas para traduzir esse clima que vai fazer muita gente acordar amanhã em horário de dia útil.