Abril Day: Assine Digital Completo por 1,99
Imagem Blog

Sobre Palavras

Por Sérgio Rodrigues Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Este blog tira dúvidas dos leitores sobre o português falado no Brasil. Atualizado de segunda a sexta, foge do ranço professoral e persegue o equilíbrio entre o tradicional e o novo.

A palavra ‘escambau’ e o escambau

No capítulo das gírias antigas que conservam certo frescor, em que “bacana” brilha intensamente, tenho um carinho especial pelo brasileirismo “escambau”. Muitos anos atrás, escrevi sobre ele e sua origem envolta em bruma. Fiquei surpreso com o número de pessoas que reagiu mal, como se fosse perfeitamente óbvio que “escambau” deriva de “escambo”, isto é, […]

Por Sérgio Rodrigues
Atualizado em 31 jul 2020, 02h40 - Publicado em 11 nov 2014, 15h43

No capítulo das gírias antigas que conservam certo frescor, em que “bacana” brilha intensamente, tenho um carinho especial pelo brasileirismo “escambau”.

Muitos anos atrás, escrevi sobre ele e sua origem envolta em bruma. Fiquei surpreso com o número de pessoas que reagiu mal, como se fosse perfeitamente óbvio que “escambau” deriva de “escambo”, isto é, “permuta, troca de mercadorias sem uso de moeda”.

Embora não se possa dizer com segurança de onde veio “escambau”, é certo que de “escambo” não foi. Para que uma tese etimológica fique de pé, ela precisa ser coerente do ponto de vista morfológico (formação da palavra) e também semântico (sentido da palavra). É neste último aspecto que “escambo” se desmoraliza.

“Escambau” – que ganhou seus primeiros registros escritos na década de 50 do século passado, segundo o Houaiss – tem duas acepções básicas. A primeira e mais empregada é a de “mais um monte de coisas”, um “etc.” informal e enfático: “Saiu de férias levando barraca de camping, fogareiro e o escambau”.

A segunda acepção faz de “escambau” uma espécie de interjeição de negação, substituindo palavrões em frases como esta: “Vítima da sociedade, o Tenório? Vítima o escambau!”.

Continua após a publicidade

A tese mais plausível deriva a palavra de “cambada” (porção de coisas, cambulhada), por um caminho que o Houaiss resume assim: “alteração de sufixo para -al, ‘grande quantidade’, e depois grafado com -u, seguindo a pronúncia do -l final, predominante no Brasil”.

Portanto, antes de “o escambau” teria existido, pelo menos como elo perdido lógico, “os cambal”.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

ABRIL DAY

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 1,99/mês*

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada edição sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$ 1,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.