A jornada do herói
A palavra “herói” nasceu no grego heros, “chefe, nobre, semideus, mortal elevado à categoria dos semideuses”. Antes de desembarcar no século XV na língua portuguesa, a palavra fez escala no latim heros, em que foi usada por Cícero na acepção mais prosaica de “homem célebre”. Uma de suas acepções não divinas, no Houaiss, é “indivíduo […]

A palavra “herói” nasceu no grego heros, “chefe, nobre, semideus, mortal elevado à categoria dos semideuses”.
Antes de desembarcar no século XV na língua portuguesa, a palavra fez escala no latim heros, em que foi usada por Cícero na acepção mais prosaica de “homem célebre”.
Uma de suas acepções não divinas, no Houaiss, é “indivíduo capaz de suportar exemplarmente uma sorte incomum (por exemplo, infortúnios, sofrimentos) ou que arrisca a vida pelo dever ou em benefício de outrem”.
Em meados do século XX, o antropólogo americano Joseph Campbell, estudioso de mitologia, concebeu a famosa “jornada do herói”, que seria comum a incontáveis mitos da antiguidade, desenhando passo a passo o percurso de transformação do homem comum em herói, com as provações que surgem no meio do caminho.
Estudada por escritores e roteiristas de cinema, o esqueminha da “jornada do herói” tornou-se uma ferramenta muito difundida – e frequentemente mal empregada – no mundo da arte narrativa.
Na vida real, poucas figuras históricas terão cumprido uma “jornada do herói” mais exemplar que a de Nelson Mandela (1918-2013), o homem que conseguiu vencer não só o apartheid, mas também o ódio que ele gerou em suas vítimas.
A Palavra da Semana é uma modesta homenagem ao gigante Madiba.