Relâmpago: Digital Completo a partir R$ 5,99
Imagem Blog

Sobre Palavras

Por Sérgio Rodrigues Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Este blog tira dúvidas dos leitores sobre o português falado no Brasil. Atualizado de segunda a sexta, foge do ranço professoral e persegue o equilíbrio entre o tradicional e o novo.

A hegemonia do inglês está com os dias contados?

Um livro recém-lançado no mercado americano, The last lingua franca: English until the return of Babel, de Nicholas Ostler, defende a tese de que a hegemonia do inglês como idioma internacional está com os dias contados, ameaçada pelo aperfeiçoamento dos tradutores automáticos disponíveis online. Estaríamos, segundo o autor, muito próximos de um momento histórico mágico […]

Por Sérgio Rodrigues
Atualizado em 5 jun 2024, 13h05 - Publicado em 28 nov 2010, 08h30

Um livro recém-lançado no mercado americano, The last lingua franca: English until the return of Babel, de Nicholas Ostler, defende a tese de que a hegemonia do inglês como idioma internacional está com os dias contados, ameaçada pelo aperfeiçoamento dos tradutores automáticos disponíveis online. Estaríamos, segundo o autor, muito próximos de um momento histórico mágico em que o retorno a um estado babélico, favorável à diversidade linguística, não trará consigo o desagradável efeito colateral da incompreensão entre os povos.

Será que Ostler tem razão? Futurologia é uma disciplina traiçoeira, como se sabe. Por um lado, não se pode negar que ele está certo ao apontar o caráter finito do domínio internacional exercido por outros idiomas no passado: se o grego, o sânscrito e o latim tiveram negado o acesso à eternidade que um dia lhes pareceu ao alcance da mão, por que seria diferente com o inglês? (É significativo que um raciocínio semelhante comece a ser encarado pelos economistas diante dos sinais de decadência do dólar, a moeda franca do nosso tempo.)

Ao mesmo tempo, a ênfase posta pelo autor na qualidade das ferramentas de tradução automática parece, por enquanto, excessiva. Sim, o Google Translate evoluiu cinquenta anos em cinco, mas ainda lhe resta no mínimo outro século de aprimoramento antes que possa ser considerado realmente confiável. De todo modo, é duvidoso que esse tipo de recurso elimine a necessidade humana de comunicação imediata que conduz à eleição mais ou menos espontânea de uma língua franca.

Restaria, ainda assim, a questão de qual será ela dentro de algumas décadas. Argumenta Ostler que o acachapante domínio anglófono na internet de hoje pode nos deixar cegos a uma tendência que é de diversificação, não de concentração. Lembra ele que as línguas que mais se expandiram na rede internacional de computadores nos últimos dez anos foram, pela ordem, árabe, chinês, português, espanhol e francês. Isso mesmo: com o português à frente do espanhol, um efeito da inclusão digital brasileira. Uma boa notícia para “a última flor do Lácio, inculta e bela”, que estaria prestes a resolver o famoso oximoro de Olavo Bilac e se tornar mais esplendor que sepultura?

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.