A faxina da Dilma
A palavra da semana, faxina, dominou de forma evidente o noticiário político brasileiro, à medida que a presidente Dilma Rousseff foi deixando clara sua determinação de afastar os envolvidos em suspeitas de corrupção no Ministério, a começar pela pasta dos Transportes. A acepção de faxina que vem ao caso aqui, a de “limpeza geral”, surgiu […]
A palavra da semana, faxina, dominou de forma evidente o noticiário político brasileiro, à medida que a presidente Dilma Rousseff foi deixando clara sua determinação de afastar os envolvidos em suspeitas de corrupção no Ministério, a começar pela pasta dos Transportes.
A acepção de faxina que vem ao caso aqui, a de “limpeza geral”, surgiu apenas no século 19, embora a palavra, vinda do italiano fascina, exista em nossa língua desde o século 13.
O sentido original de faxina era “feixe de galhos ou gravetos”. Sim, a palavra é etimologicamente aparentada do termo fascismo, derivado do italiano fascio, “feixe”, pela ideia de ajuntamento de indivíduos em torno das mesmas ideias.
Como a faxina veio a ganhar seu sentido hoje dominante é algo passível de controvérsia. Um caminho possível é o do jargão militar, em que o feixe de galhos ou gravetos chamado faxina, coletado por soldados rasos no mato para forrar trincheiras, acabou por nomear qualquer tipo de trabalho pesado – inclusive os serviços de limpeza do quartel.
Não creio que se possa descartar, porém, um caminho mais simples: afinal, um feixe de galhos ou gravetos vem a ser justamente a definição primitiva de vassoura, que, como todos sabem e o PR está descobrindo agora, é o instrumento de faxina por excelência.