A coragem vem do coração
Conhecer a etimologia das palavras nos ajuda a estabelecer entre elas relações que, mesmo estando às vezes na superfície, tendem a escapar. A relação entre coragem e coração, por exemplo. Trata-se de uma ligação direta. O substantivo coragem, registrado em português desde meados do século XVI, foi importado do francês courage, vocábulo cinco séculos mais […]

Conhecer a etimologia das palavras nos ajuda a estabelecer entre elas relações que, mesmo estando às vezes na superfície, tendem a escapar. A relação entre coragem e coração, por exemplo.
Trata-se de uma ligação direta. O substantivo coragem, registrado em português desde meados do século XVI, foi importado do francês courage, vocábulo cinco séculos mais antigo (herdeiro do latim cor, cordis, “coração”) que começou sua carreira justamente como sinônimo de coração. Não do coração físico, designado em francês pela palavra coeur, mas do coração como “morada dos sentimentos”.
Poucas décadas depois a palavra tinha passado por uma expansão semântica para nomear “estado de espírito” e “desejo, ardor”, segundo o Trésor de la Langue Française. Coragem era força interior, um sinônimo de ânimo.
Como se sabe, coragem compreende em português uma penca de acepções positivas – e apenas uma negativa, de “desfaçatez”. As principais delas, segundo o Houaiss, são:
1. moral forte perante o perigo, os riscos; bravura, intrepidez, denodo;
2. firmeza de espírito para enfrentar situação emocionalmente ou moralmente difícil;
3. qualidade de quem tem grandeza de alma, nobreza de caráter, hombridade.
A coluna de hoje é uma homenagem à blogueira cubana Yoani Sánchez.