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Ricardo Rangel

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Quem fica em pé na dança das cadeiras de Lewandowski e Dino?

Ricardo Cappelli não é o único prejudicado com a nomeação do novo ministro da Justiça

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 Maio 2024, 16h57 - Publicado em 11 jan 2024, 20h21

Ricardo Lewandowski será o novo ministro da Justiça.

Lewandowski é um velho conhecido dos brasileiros: foi ministro do Supremo por 17 anos, saiu em abril do ano passado. Nesse período, foi o ministro mais fiel a Lula e ao PT — era aquele ministro cuja posição já era conhecida antes mesmo de se saber qual era a causa.

(Lewandoski manteve a fidelidade até o último minuto, por sinal: apenas três semanas antes de se aposentar, aboliu, de maneira monocrática, a lei das estatais, que protegia as empresas públicas da cobiça — e de eventuais malfeitorias — dos políticos. Lula ficou livre para nomear qualquer um para as estatais, pondo-as a serviço da agenda do governo e/ou usando-as como moeda de troca por apoio no Congresso. Imediatamente após a aposentadoria, Lewandowski foi ser consultor de Joesley Batista, super-encrecado no STF. No fim do ano, Dias Toffoli suspendeu, monocraticamente, uma multa de 10 bilhões que Joesley tinha prometido pagar. Aliás, o Supremo diz que decisões monocráticas logo são analisadas no plenário, mas não é o que se vê,)

Então ficamos assim: Flavio Dino sai da Justiça e vai pro Supremo, e Lewandowski, que saiu do Supremo, vai para a Justiça.

Nessa dança das cadeiras, fica sem assento Ricardo Cappelli, atual número dois do ministério e espécie de resolve-tudo do governo. Durante a intentona bolsonarista, foi interventor na segurança e acabou com a festa golpista na rua, depois substituiu o general Gonçalves Dias e acabou com a festa golpista no no GSI. O Brasil deve muito a ele.

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Mas Lewandowski quer um número dois com formação em direito e Cappelli (que é jornalista), para ficar no ministério, não aceita ser nada abaixo de número dois. O preterido deixou clara sua posição de uma maneira nada sutil: saiu de férias no mesmo dia em que Lula anunciou o novo titular do ministério. O presidente ganha um mês para encontrar lugar para Cappelli (que não pode ficar ao relento) e esfriar essa batata, que está quente.

Cappelli não será o único prejudicado na dança das cadeiras entre Dino Lewandowski. O troca-troca é uma situação perde-perde também para o cidadãos brasileiros.

O Supremo precisa deixar de ser um ator político e recuperar sua posição de árbitro, e a presença de Dino — uma personagem muito carregada politicamente, odiada pelos bolsonaristas — na Corte tornará isso ainda mais difícil.

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O Ministério da Justiça, que agrega a Segurança em um país que enfrenta uma grave crise de segurança, precisa de um titular com grande capacidade administrativa e de ação, e a experiência de Lewandowski como executivo é absolutamente zero. O novo ministro foi advogado, consultor e magistrado, nunca administrou nada além de sua mesa. Tem pela frente um enorme desafio.

Para o bem deles e do nosso, que os novos ministros, um no STF, outro no governo, tenham sorte e sejam bem sucedidos.

(Por Ricardo Rangel em 11/01/2024)

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