E pensar que faltam 81 dias de CPI. Ou mais.
Queiroga, como seus antecessores, deixou claro que Bolsonaro impede uma gestão técnica da Saúde
![O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante a CPI da Covid -](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/05/51160781022_899e0306a6_k.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
Mandetta sabe tudo, lembra de tudo, explica tudo. Teich sabe pouco, se lembra de menos, não se compromete com nada. Mas ambos deixaram claro que Bolsonaro impede uma gestão técnica e científica da Saúde.
Queiroga não sabe rigorosamente nada, não se lembra de rigorosamente nada, não se compromete com rigorosamente nada, e foge das perguntas dos senadores como o diabo da cruz (se a CPI fosse um filme americano, o juiz o admoestaria de que, se continuasse a tergiversar, poderia ser preso por desacato).
Mas Queiroga não conseguiu escapar de reconhecer que o uso de máscaras e o isolamento social são importantes no combate ao contágio, que prefeitos e governadores têm o direito de decretar medidas restritivas, que a cloroquina pode provocar parada cardíaca, que a “estratégia” da imunidade de rebanho (isto é, exposição em massa ao vírus) pode aumentar o número de óbitos. Enfim, mesmo contra a vontade, assumiu uma posição diametralmente oposta à do presidente da República.
Em apenas três dias de CPI, já ficou oficialmente estabelecido o que todo mundo estava cansado de saber: o presidente Bolsonaro contraria as recomendações da ciência e sua conduta temerária é responsável por um aumento da gravidade da crise sanitária.
Mas ainda faltam 81 dias.
Supondo-se que a CPI não seja prorrogada. O que é improvável.