Paulo Guedes prometeu que o governo privatizará 4 estatais em até 90 dias.
Durante a campanha eleitoral, Guedes prometeu privatizar “todas” as estatais (mais de 200), arrecadando cerca de 1 trilhão de reais, nos primeiros 12 meses de governo. Passados 18 meses, Guedes privatizou exatamente… zero estatais.
As poucas privatizações ocorridas no período se devem a processos iniciados no governo Temer e não passaram pelo ministério da Economia. Em uma análise mais rigorosa, é discutível até se podem ser consideradas “privatizações”, já que não pertenciam à União, e o produto da venda engordou o caixa das antigas controladoras (que continuam estatais) e não o Tesouro Nacional. Não houve sequer tentativa de privatizar mesmo as mais óbvias, como Correios, Valec, Infraero, EBN ou EPL — na mão inversa, algumas dessas empresas cresceram.
Além das privatizações, Guedes prometeu reformar o Estado. O Congresso aprovou a reforma da Previdência — que, já encaminhada por Temer, era inevitável e ocorreu mais por esforço de Rodrigo Maia do que por outra coisa —, mas não a reforma administrativa, que está presa na gaveta de Bolsonaro há 7 meses, nem muito menos a reforma tributária, da qual até hoje não há sequer esboço. Não há sinal, tampouco, de abertura comercial.
Dado o histórico, espera-se que, em 90 dias, Guedes privatize exatamente zero empresas. Mas que faça 90 promessas.