Horário de verão: rebeldes e fanáticos da hora
Medida foi adotada pela primeira vez em 1931. E não faltou resistência

O horário de verão foi adotado pela primeira vez no Brasil em 1931, no governo de Getúlio Vargas, por cinco meses, em todo o território nacional. Voltou a vigorar no ano seguinte, entre 1949 e 53, em 1963 e de 1965 a 68. Foi reinstituído em 1985, na esteira do maior blecaute da história do país – até então -, e não houve mais um verão sem que os relógios fossem adiantados – variando, contudo, a duração e a região atingida pela mudança.
A medida tem por objetivo a economia de energia, ao estender o período de iluminação natural até o horário de pico de consumo. Mas o argumento não convence quem vive perto do Equador, uma vez que, em regiões de baixa latitude, a duração dos dias varia pouco com a estações do ano.
Em 1985, no Pará, houve resistência à medida, e as pessoas conviveram com dois horários. O então arcebispo de Belém, dom Alberto Gaudêncio Ramos, determinou que os sinos continuassem repicando no horário antigo, como mostrou reportagem de VEJA. “As pessoas estão acordando de madrugada e acendendo as luzes porque ainda está escuro”, dizia Ramos. “O gasto de energia aumentou.” Em 1989, foi a vez do Ceará se rebelar. Por decisão da Assembleia Legislativa, os cearenses renunciaram ao horário de verão e atrasaram seus relógios.
Em 1993, no Rio, deu-se o contrário: o então prefeito, César Maia, pretendeu que o horário de verão vigorasse o ano todo. Acabou recuando.
O horário de verão entrou de novo em vigor à zero hora deste domingo. Adiantam os relógios os estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Até 19 de fevereiro de 2017, data do término do horário de verão, o governo federal acredita que serão economizados 147,5 milhões de reais.