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Vale a pena ler de novo o que saiu nas páginas de VEJA em quase cinco décadas de história

Elis: ‘Belchior não vive de paetês e lantejoulas’

Em 1975, a cantora se dizia "impressionadíssima" com o cantor e compositor do Ceará, de quem escolheria "Como Nossos Pais" para abrir seu novo álbum

Por Da redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h55 - Publicado em 2 Maio 2017, 23h12

Uma rápida consulta à edição de 24 de setembro de 1975 de VEJA é o suficiente para constatar a vitalidade da cena musical brasileira de então. Sua reportagem de capa mapeou os novos e novíssimos talentos da geração pós-Tropicália, pós-Jovem Guarda, vindos dos quatro cantos do país: o cearense Fagner, então com 25 anos, “o poeta do sufoco, do gemido e do pânico”; o capixaba Sérgio Sampaio, 28 anos, que acabar de emplacar Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua; o paulistano Walter Franco, 30, da tribo “dos que caminham à frente da manada”; o baiano Raul Seixas, 30 anos, o mais famoso deles; o mineiro João Bosco, 29 anos; o pernambucano Alceu Valença, 29 anos; os cariocas Gonzaguinha, 29 anos, e Luiz Melodia, 24; e, claro, Belchior, então com 29 anos.

Belchior ainda não tinha lançado o disco fundamental de sua carreira, Alucinação, mas já tinha alguns sucessos na praça: A Palo Seco, Todo Sujo de Batom, Mucuripe, que Elis Regina gravara em 1972, e Como Nossos Pais, que gravaria no ano seguinte.

VEJA de setembro de 1975
VEJA de setembro de 1975. Clique para ler a reportagem (Reprodução/VEJA)

A cantora gaúcha, então com 30 anos, se dizia “impressionadíssima e apaixonada” pela música de Belchior: “É a primeira vez em três anos que não enfrento o problema de falta de material”. No fim do ano, Elis estrearia o show Falso Brilhante, lançado em disco em 1976. Como Nossos Pais, em versão definitiva, foi escolhida para abrir o lado A, seguida de outra joia do compositor cearense, Velha Roupa Colorida. “Belchior não faz nada por fazer”, Elis definia Belchior. “Não vive de paetês e lantejoulas.”

Sobre essa nova leva de artistas, VEJA observava que “não marcham em bandos, como antes”. “Estão na estrada, mas seu caminhar já não é documentado por câmeras de televisão. Perambulam sós, sem qualquer apoio radiofônico”. O título da reportagem: “Os andarilhos solitários”.

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Belchior era – e, como se viu, continuaria a ser – o melhor exemplo de “andarilho”. “Nunca teve grupo ou empresário. Diz que resolveu o problema da comercialização de sua obra através de um trabalho composto de viagens e de um violão”, registrava a reportagem. “Onde eu chego, transo o som, local, pessoas”, explicava o artista. “E canto.”

O cantor cearense, sepultado nesta terça-feira em Fortaleza, também ilustrava um traço comum a muitos dos novos músicos: formação universitária, incompleta que fosse. João Bosco é formado em engenharia. Fagner começou o curso de arquitetura. Raul fez vestibular para filosofia, psicologia e direito e, aprovado, desdenhava que só passara “para mostrar aos meus pais como era fácil ser medíocre”. Belchior fez filosofia e largou a medicina no quarto ano.

Os personagens centrais da reportagem estavam quase todos perto dos 30 anos – ou exatamente com 30 – e, embora ainda não estabelecidos, não eram exatamente estreantes. Mas na mesma edição, VEJA perfilou também as novíssimas promessas da música, muitas das quais se cumpriram: Lô Borges, 23 anos, Carlinhos Vergueiro, os mesmos 23, Leci Brandão, 26, Duardo (depois Eduardo) Dusek, 21 anos; e os grupos Vímana, que teve Lulu Santos, Ritchie e Lobão, Quinteto Violado, Almôndegas, com Kleiton e Kledir, entre outros.

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