Autora de ação da cura gay comparou ativistas a nazistas
Em entrevista há oito anos a VEJA, Rozângela Alves Justino disse que se sentia discriminada e afirmou que homossexualidade "pode passar"

A psicóloga autora da ação judicial que levou à liberação, nesta semana, do “tratamento” que ficou conhecido como cura gay, hoje foge dos jornalistas, mas há oito anos deu uma polêmica entrevista a VEJA. Nas páginas amarelas da edição 2.125, de 12 de agosto de 2009, pouco depois de ser proibida pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) de tentar mudar a orientação sexual de gays, Rozângela Alves Justino declarou que se sentia discriminada. Ela defendeu o procedimento, afirmou que “homossexualidade é algo que pode passar” com o tempo e comparou ao nazismo o que chamou de “ativismo pró-homossexuais”.
“Formada em 1981 pelo Centro Universitário Celso Lisboa, do Rio de Janeiro, com especialização em psicologia clínica e escolar, ela considera a homossexualidade um transtorno para o qual oferece terapia e cura.” Começava assim a entrevista da então recém-censurada pelo CFP. Rozângela, aliás, tinha uma explicação para a proibição: segundo ela, o conselho era formado “por homossexuais deliberando em causa própria”.

Rozângela, na época com 50 anos, afirmava que o fato de ser evangélica não tinha relação com sua profissão. A decisão de tratar gays, garantia, tinha base científica. “Existe a orientação sexual egodistônica, que é aquela em que a preferência sexual da pessoa não está em sintonia com o eu dela (…) Essa pessoa queria que fosse diferente.” Para ela, a homossexualidade pode ser um transtorno. “Normalmente, as pessoas que me procuram para alterar a orientação sexual homossexual são aquelas que estão insatisfeitas (…). Elas podem até sentir alguma forma de prazer no ato sexual, mas depois se sentem incomodadas”, explicou em 2009.
A psicóloga prosseguiu em sua defesa da cura gay e declarou que está associada à homossexualidade uma série de problemas. Um deles é a pedofilia. “Muitas pessoas que têm sofrimento sexual também têm um transtorno obsessivo-compulsivo ou um transtorno de preferência sexual, como o sadomasoquismo, em que sentem prazer com uma dor que o outro provoca nelas e que elas provocam no outro. A própria pedofilia, o exibicionismo, o voyeurismo podem vir atrelados ao homossexualismo”, afirmou. “Quando utilizamos as técnicas para minimizar esses problemas, a questão homossexual fica mínima, acaba regredindo.”
Acusada de estimular o preconceito, ela, na verdade, se achava uma vítima. “Acho cruel ser uma profissional que quer ajudar e ser amordaçada, não poder acolher as pessoas que vêm com uma queixa e com um desejo de mudança. Isso é crueldade. Eu estou me sentindo discriminada.”
A pedofilia, o exibicionismo, o voyeurismo podem vir atrelados ao homossexualismo
Rozângela Alves Justino
No fim da entrevista, Rozângela explicou porque se disfarçava para ser fotografada. “Não quero entrar no meu prédio e ter o porteiro e os vizinhos achando que eu tenho algum problema ligado à sexualidade”. E foi além: “Há ativistas que têm muita raiva de mim. Eu recebo vários xingamentos: eles me chamam de velha, feia, demente, idiota. Trabalho num clima de medo, clandestinamente, porque sou muito ameaçada. Aliás, estou fazendo esta entrevista e nem sei se você não está a serviço dos ativistas pró-homossexualismo. Eu estou correndo risco.”
De acordo com ela, os tais “ativistas pró-homossexualismo” fazem parte de um grupo “diretamente ligado ao nazismo”. E tenta explicar: “Escrevi um artigo em que mostro que os dois movimentos têm coisas em comum. Todos os movimentos de desconstrução social estudaram o nazismo profundamente, porque compartilham um ideal de domínio político e econômico mundial. As políticas públicas pró-homossexualismo querem, por exemplo, criar uma nova raça e eliminar pessoas”.
Clique aqui e leia a entrevista na íntegra.