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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

woof, woof, woof, woof… Who let the dogs out?

woof, woof, woof, woof woof, woof, woof, woof woof, woof, woof, woof woof, woof, woof, woof Mãe de Deus!Vieram como uma matilha!Se eu estivesse disposto a engordar os comentários com iniqüidades e bobagens, os dois posts que escrevi sobre Tasso e os aviões estariam recheados. Porque vêem suas burrices publicadas por aí, reivindicam aqui o […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 17h53 - Publicado em 3 abr 2009, 06h09
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Mãe de Deus!
Vieram como uma matilha!
Se eu estivesse disposto a engordar os comentários com iniqüidades e bobagens, os dois posts que escrevi sobre Tasso e os aviões estariam recheados. Porque vêem suas burrices publicadas por aí, reivindicam aqui o direito ao “outro lado”, como dizem. Bem, não quero o “outro lado” dessa gente. Levem seu “outro lado” pra lá…

Antes que fale sobre os tontons-maCUTs, vamos a um leitor que entendo estar de boa-fé. Quer me livrar, ainda que de um modo um tanto dramático, do que considera um erro grave no post das 17h33, aquele em que digo que o “não-previsto não quer dizer proibido”. Diz ele:
“Reinaldo, pelo amor de Deus, apaga este post, você cometeu um erro crasso. Na Administração Pública vigora o princípio da legalidade (art. 37, caput, CR/88). Portanto, apenas as condutas previstas em lei são permitidas. O que não é previsto em lei não é permitido. O contrário, portanto, do que acontece nos demais campos do direito.”

— Meu caro, agradeço o cuidado. E não à moda Obama. Falo sério. Mas receio que estamos, no mínimo, diante de um bom debate. De fato, acho que estou certo.

O caput do Artigo 37 da Constituição ao qual ele se refere é este:
“A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte (…)”:

Pois bem: um agente público não pode restringir o direito de nenhum cidadão ou obrigá-lo a fazer isso ou aquilo se tal exigência não estiver contida numa lei. Não me parece que se aplique ao caso, não. Imagine se o gasto com verba indenizatória, por exemplo, tivesse de ser detalhado em lei. Daria uma Enciclopédia Britânica. De todo modo, a direção-geral do Senado deve ter consultado sua área jurídica antes de emitir aquela nota.

Agora os tontos-maCUTs
“Como pode um senador ter um avião de R$ 3 milhões?”, grita o sujeito. Um dos empresários mais ricos do país pode ter um avião até mais caro do que isso. O diabo é que um bobo como esse consegue espalhar a sua indignação bucéfala por aí.

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Sim, o problema da maioria é a soma explosiva de analfabetismo funcional com doutrinação ideológica — que é uma manifestação de analfabetismo moral. Não conseguem entender o que lêem. Eu lá defendi o uso de aviões por Tasso ou qualquer outro?

Fiz uma crítica ainda mais dura do que a que se tem feito por aí. Acho que o problema é mais sério. Mas também indaguei com todas as letras: qual a diferença entre pagar avião de carreira e avião fretado? Segundo entendi, o senador nem usou toda a verba posta à sua disposição. Alguém que tenha gastado mais do que ele, mas com avião de carreira, então tem moral potencialmente mais reta? Tenham paciência.

Outra dessas almas singelas escreve (na forma em que veio):
Só não entendi uma coisa: porque quando a denúncia é sobre alguém alinhado ao governo se trata da defesa de valores republicanos, éticos ou da moralidade no tratamento da coisa pública, mas quando a denúncia recai sobre um nome da oposição é caso de ‘temporada de caça’ ou perseguição política? Assim fica difícil manter a credibilidade…
Publicar Recusar (Anônimo) 18:10

Em primeiro lugar, se a minha credibilidade dependesse de você, acredito que estaria em maus lençóis, não é mesmo? A você e a quantos pertençam a mesma grei: eu não dou a menor pelota para que o pensam de mim aqueles que me detestam ou que detestam o que eu penso. Se compartilhassem do meu ponto de vista, estaríamos juntos, não é? Fui claro ou quer que eu pegue na sua mãozinha para fazer um desenho?

Em segundo lugar, boa parte da resposta está contida na sua pergunta. Eu não vivo de ficar equilibrando denúncias para demonstrar que todos são iguais, e só eu triunfo sobre toda coisa viva. Isso é vigarice intelectual, não amor à verdade. Aliás, eu quase nunca trato de denúncias. Trato de advérbios de modo.

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Inaceitável, isto sim, é que se possa gastar quase R$ 22 mil com passagens aéreas. A forma desse gasto — se com vôo fretado ou de carreira — é irrelevante, ainda mais que nenhuma lei proíbe a prática. Ficar escandalizado com isso é moralismo de superfície, raso, não tem a menor importância — seja o senador petista, tucano, democrata ou do PSOL. É bem diferente dos gastos telefônicos da filha do senador Tião Viana (PT-AC). Não consta que ela tenha direito a uma cota de ligações. Que eu saiba, não foi eleita. Não é igual, não, petralhas, aos gastos no cartão de crédito corporativo da ex-ministra Matilde Ribeiro. E É BEM DIFERENTE DO CASO DO FILHO DE LULA, QUE LEVOU OS COLEGUINHAS NO AVIÃO DA PRESIDÊNCIA PARA CONHECER O PALÁCIO DA ALVORADA.

Se Tasso pegou o dinheiro e o converteu em, sei lá, charutos, uísque ou Chicabom, então temos um problema. Se, como infere a matéria, usou para comprar combustível para seu avião e ainda conseguiu notas fiscais da TAM, então temos um problema. Se usou os recursos como está documentado, o que se tem é nada.

EU ESTOU ERRADO? OK. ENTÃO ME DIGAM SEGUNDO QUAL LEI ELE PODERIA SER PUNIDO. Aí, SIM, MEU CARO LEITOR DE BOA-FÉ: QUAL É A LEGALIDADE, SEGUNDO EXIGE A CONSTITUIÇÃO, QUE SERVIRIA PARA PUNIR O SENADOR TASSO JEREISSATI?

Último recurso: “MAS É IMORAL”. Pode ser. Mas, então, os gastos com passagens áreas, na forma como existem, são todos imorais. Por que só ele?

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Aviso final
Eu não me intimido com essa bobagem de acharem isso ou aquilo do que escrevo. Vocês querem o quê? No post sobre as doações da Camargo Corrêa (15h58), começo pedindo que os leitores liguem a tecla SAP e escrevo: “Se há grupo que tem apreço pela democracia brasileira, esse grupo é o Camargo Corrêa. Em anúncios em jornais, o conglomerado afirma ter doado R$ 23,9 milhões a partidos nas eleições municipais de 2008.”

Recebi uns 30 comentários afirmando que, agora, provei que sou mesmo lobista da empreiteira…

Uma das características destes tempos é que os cães estão todos soltos.

Who let the dogs out?
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