Vice-reitor da UnB também pede pra sair
Por Lilian Tahan, no Correio Braziliense:Depois do reitor da Universidade de Brasília (UnB), Timothy Mulholland, e do decano de Administração, Érico Weidle, pedirem afastamento do cargo, agora foi a vez do vice-reitor e reitor em exercício, Edgar Mamiya. Em reunião ontem à tarde com o ministro da Educação, Fernando Haddad, ele entregou uma carta pedindo […]
Por Lilian Tahan, no Correio Braziliense:
Depois do reitor da Universidade de Brasília (UnB), Timothy Mulholland, e do decano de Administração, Érico Weidle, pedirem afastamento do cargo, agora foi a vez do vice-reitor e reitor em exercício, Edgar Mamiya. Em reunião ontem à tarde com o ministro da Educação, Fernando Haddad, ele entregou uma carta pedindo exoneração, em caráter irrevogável. A decisão é mais drástica do que a dos colegas, que apenas se licenciaram por 60 dias.
O Conselho Universitário da UnB (Consuni) deve escolher um nome para ser submetido a Fernando Haddad. Essa pessoa atuará como reitor pro tempore — que substituirá Mulholland enquanto ele estiver afastado.
A reunião na qual Mamiya entregou o cargo ocorreu no gabinete oficial de Haddad, no Ministério da Educação. O encontro durou 1h30 e foi acompanhado por Mulholland. O ministro pediu a Mamiya que anunciasse a desistência na segunda-feira, mas a informação vazou. A expectativa nos meios acadêmicos é que após a renúncia do vice, Timothy também pedirá o afastamento definitivo. Se isso ocorrer, o reitor pro tempore vai comandar o processo das novas eleições.
A saída da cúpula da instituição era a principal reivindicação dos estudantes que ocupam o prédio da reitoria desde o dia 3 de abril. Timothy e Érico foram denunciados à Justiça na última terça-feira por mau uso de verbas destinadas à pesquisa. Cerca de R$ 470 mil do Fundo de Apoio Institucional (FAI) da universidade foram usados na decoração do apartamento funcional onde o reitor morava. Embora não tenha sido denunciado na mesma ação movida contra o reitor e o decano, Edgar Mamiya já era investigado pelos ministérios públicos Federal e do DF.
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Comento
O vice foi vítima do mesmo processo que colheu o titular: o governo deixou claro que eles estavam sozinhos e que não moveria uma palha contra a invasão enquanto permanecessem nos seus respectivos cargos. Não que estes senhores merecessem continuar, como já escrevi outras vezes. Mas é um acinte a demissão da cúpula da Universidade de Brasília com a reitoria invadida por baderneiros.
Os valentes devem deixar o prédio. Levaram quase tudo. Está sendo mais fácil do que imaginavam. Reivindicam também a paridade de votos (de estudantes, funcionários e professores) na eleição direta para reitor. É uma pauta antiga da extrema esquerda. Mas essa “conquista” não sai agora. É coisa para o futuro. Em se tratando de UnB, a chance de que o companheiro jardineiro interfira nos destinos do laboratório de física é gigantesca.
A UnB é ponta de lança de uma porcaria chamada “Direito Achado na Rua”, uma corrente para a qual o legítimo deve ter prevalência sobre o legal. Para eles, a verdadeira legalidade é a construída pelos “movimentos sociais”.
Temos aí, agora, o Direito Achado na Invasão. Com o apoio luxuoso do governo federal.