VEJA BEM, MARIA AMÉLIA…
Há “especialistas” se dizendo contra a ampliação da Marginal Tietê porque vai impermeabilizar ainda mais o solo, aumentando as enchentes! Ai, meu “Jesus Cristinho!”, como chamava Manuel Bandeira ao Nazareno. Vamos fazer conta. Vamos ajudar a promotora Maria Amélia a pensar este fascinante mundo das águas. Também Roberto Watanabe, especialsita em Feng Shui, pode nos […]
Há “especialistas” se dizendo contra a ampliação da Marginal Tietê porque vai impermeabilizar ainda mais o solo, aumentando as enchentes! Ai, meu “Jesus Cristinho!”, como chamava Manuel Bandeira ao Nazareno. Vamos fazer conta. Vamos ajudar a promotora Maria Amélia a pensar este fascinante mundo das águas. Também Roberto Watanabe, especialsita em Feng Shui, pode nos acompanhar.
Num conceito mais geral, dois são, então, os efeitos danosamente relevantes decorrentes da impermeabilização do solo, principalmente quando ocorrem chuvas intensas:
1) o bloqueio da infiltração de parte da água das chuvas que serve para recarregar os aqüíferos subterrâneos;
2) o aumento do escoamento superficial que aflui rapidamente aos leito do rio, podendo causar inundações. Vejamos isso em detalhes.
A RELEVÂNCIA DA IMPERMEABILIZAÇÃO PARA DESFALCAR A RECARGA DO SUBSOLO.
Não há por que falar nisso, pois, em sendo a área em questão contígua à margem do rio, pode-se admitir que a infiltração que nela ocorre percole (do verbo “percolar”, leitor) imediatamente para o leito ao invés de se acumular no aqüífero. E isso continuaria sendo verdade mesmo que se tratasse de área de floresta virgem.
A RELEVÂNCIA DA IMPERMEABILIZAÇÃO COMO CONTRIBUIÇÃO À INUNDAÇÃO DO RIO TIETÊ
Vamos considerar dois trechos de 23 km em cada margem do Rio, com área de 9,5 hectares cada (19 hectares dos dois lados), e uma chuva muito intensa de 100 mm por 1 hora seguida: isso seria algo parecido com um dilúvio bíblico. O volume que se acumularia nessas áreas impermeabilizadas de cada lado do Rio, nesta hipótese de 1 hora, ou 3600 segundos, seria:
Vol = 9,5 x 10.000 m2 x 0,100 m = 9500 m3/23.000 m de cada lado = 0,413 m3/m = 413 litros/ metro de margem de cada lado do rio.
Como o que interessa é a vazão em litros/segundo, teríamos, dados os 3.600 de chuva contínua:
VAZÃO = 413/3600 = 0,115 litros/segundo para cada metro de extensão em cada margem.
CONCLUSÃO: O AUMENTO DE VAZÃO AO LEITO DO RIO POR METRO EM CADA MARGEM, OU MESMO NAS DUAS, NÃO TEM QUALQUER RELEVÂNCIA – NEM FÍSICA NEM AMBIENTAL. NUMA SITUAÇÃO SEMELHANTE À DA HIPÓTESE ACIMA, A VAZÃO DO RIO SERIA SUPERIOR A 1.000.000 DE LITROS POR SEGUNDO.
Vejam só
Pois é… Eu seria ainda mais feliz se eu mesmo tivesse dado a explicação acima. Mas foi o leitor Antonio Claudino.
Por que este é o melhor blog, no gênero, da Internet? Ora, por causa dos seus leitores. É isso que o tal blog do Lula jamais vai entender, hehe. Muito menos os blogs “prestadores de serviços”.