Veja 6 – Chávez: um Fidel de mentirinha, mas um perigo real
Números da Venezuela e de Cuba e a capa.Clique sobre as imagens para ampliá-las O ditador da Venezuela, Hugo Chávez, foi parar na capa de Veja desta semana. Por Diogo Schelp e Denise Dweck: “Com o cubano Fidel Castro no leito de morte, o coronel Hugo Chávez, ditador eleito da Venezuela, está se apresentando como […]
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O ditador da Venezuela, Hugo Chávez, foi parar na capa de Veja desta semana. Por Diogo Schelp e Denise Dweck: “Com o cubano Fidel Castro no leito de morte, o coronel Hugo Chávez, ditador eleito da Venezuela, está se apresentando como o novo farol da esquerda revolucionária na América Latina. ‘Ninguém vai me impedir agora de construir o socialismo’, disse Chávez, na semana passada, depois de reeleito para mais seis anos no poder. Ninguém impediu Fidel. Deu no que deu. Cuba tornou-se hoje uma nação pária no mundo, com uma população faminta, despreparada para os rigores da economia globalizada e, mesmo que alfabetizada no jargão marxista, iletrada nas questões que determinam a riqueza das nações. Aparentemente, ninguém vai impedir Chávez de continuar sua tarefa de construção do socialismo na Venezuela. (…) Com o respaldo das urnas, o presidente da Venezuela viu-se à vontade para anunciar a intenção de torcer mais uma vez a Constituição, escrita por ele próprio, de forma a se manter no poder por quanto tempo quiser. (…) ‘Em termos de idéias, de capacidade para elaborar um conceito ideológico, Chávez não conseguiria suceder a Fidel’, disse a VEJA o historiador venezuelano Elias Piño, da Universidade Andrés Bello, em Caracas. ‘No entanto, Chávez tem o que Fidel nunca teve: o dinheiro farto do petróleo, com o qual está se tornando o banqueiro continental da revolução bolivariana’, diz Piño.
(…) Estima-se que o coronel venezuelano já tenha torrado 25 bilhões de dólares na tentativa de aumentar sua influência no exterior. Jorge Castañeda, ex-ministro de Relações Exteriores do México e estudioso da esquerda latino-americana, prefere colocar as analogias em outro patamar. Para ele, Chávez é um Domingos Perón com petróleo. Da mesma forma, seu mais notório pupilo, o boliviano Evo Morales, não deve ser visto como um Che Guevara indígena. Ele é apenas um populista habilidoso e totalmente irresponsável. (…) Para manterem o poder e obterem dinheiro para sustentar o clientelismo, os caudilhos populistas precisam assumir o controle das fontes de receita disponíveis – no caso da Venezuela, o petróleo; no da Bolívia, o gás natural. Em geral, dão à usurpação das riquezas nacionais o nome de “construção do socialismo”. Na semana passada, Chávez anunciou sua intenção de construir o “socialismo do século XXI”. Pelo que adiantou até agora, significa, para começar, limitar a propriedade privada e a liberdade de imprensa.”
Veja faz também um levantamento do legado Chávez. Eis alguns dados:• Apesar do aumento nos gastos estatais com saúde, a mortalidade infantil elevou-se 9% nos cinco primeiros anos do governo Chávez. Isso ocorre porque o governo gasta mal o dinheiro.
• A insegurança jurídica e a desapropriação de empresas fizeram com que o investimento direto externo caísse 86% no primeiro trimestre deste ano, comparado com o mesmo período do ano passado. O número de empresas caiu de 17.000 para 8.000 nos oito anos de governo bolivariano.
• A produtividade dos trabalhadores venezuelanos caiu 36% entre 1978 e 2004. No Chile, esse índice melhorou 98%.
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