VEJA 5 – Tropa de Elite na capa. E o “Bonde do Foucault”
Tropa de Elite está na capa da VEJA. E, vocês verão, o serviço está completo. A revista encomendou uma pesquisa para saber o que os espectadores pensam daquele que mal foi lançado e já é o filme mais visto e mais comentado da história do país. Uma das perguntas é esta: “O Capitão Nascimento tem […]
– A realidade, só a realidade – Marcelo Carneiro assina um texto em que aponta as razões do espetacular sucesso do filme: “[Tropa de Elite] não concede válvulas de escape ao retratar como a criminalidade degradou o país de alto a baixo. O pesadelo real ganha ainda mais nitidez. A sociedade brasileira, pelo jeito, ansiava por esse tapa na cara dado pelo capitão Nascimento, o policial interpretado magistralmente por Wagner Moura”. Assinante lê mais aqui e aqui
– Máquina letal contra o crime – Ronaldo Soares faz o perfil do Bope nos dias de hoje e demonstra que a popularidade da tropa de elite cresceu de maneira espantosa depois do filme. “O padrão de excelência ostentado hoje também é fruto de uma atitude mais rigorosa em relação aos maus policiais. No batalhão, o policial é excluído ao menor sinal de irregularidade. “Uma simples suspeita é o suficiente para que o policial seja afastado, mesmo que ela não fique totalmente comprovada. Não pode pairar nenhuma desconfiança sobre um homem do Bope”, diz o coronel Mário Sérgio Duarte, ex-comandante da unidade.” Assinante lê mais aqui
– Abaixo a mitologia da bandidagem – Isabela Boscov demonstra como o cinema brasileiro é também caudatário dessa visão bocó e estúpida que glamouriza o crime. Nesse estrito sentido, Tropa de Elite, ao fazer o contrário, é mesmo bem americano: “Também o cinema brasileiro ‘fechou’ com os bandidos. Ele os prefere por razões que vão de hábitos criativos à ideologia e às circunstâncias históricas do Brasil – remotas e presentes. A romantização do crime teve seu primeiro momento forte nas décadas de 60 e 70, quando a ditadura militar deu à autoridade policial contorno arbitrário. O Bandido da Luz Vermelha, O Assalto ao Trem Pagador e Lúcio Flávio – O Passageiro da Agonia marcaram época nas salas de exibição. Hoje, de Cidade de Deus e Carandiru a Cidade dos Homens, a vida do ponto de vista do crime, ou de quem existe na sua proximidade, permanece talvez o maior tema do cinema nacional. Tropa de Elite é uma exceção no empenho em observar o caos brasileiro por um prisma diverso.” Assinante lê mais aqui
– Capitão Nascimento bate no Bonde do Foucault – Reinaldo Azevedo (eu mesmo, em terceira pessoa…) fala do cerco ideológico covarde e inútil de que o filme foi vítima. Seqüestrada pelo pensamento politicamente correto, a fita foi libertada pelo povo: “O que o pensamento politicamente correto não suporta no Capitão Nascimento, o anti-herói com muito caráter, não é a sua truculência, mas a sua clareza; não é o seu defeito, mas a sua qualidade. Ele não padece de psicose dialética, uma brotoeja teórica que nasce na esquerda e que faz o bem brotar do mal, e o mal, do bem. Nascimento cultua é o bom paradoxo. Segue a máxima de Lúcio Flávio, um marginal lendário no Brasil, de tempos quase românticos: ‘bandido é bandido, polícia é polícia”. Assinante lê mais aqui