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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

VEJA 5 – Clodovil na lente da verdade

O estilista e apresentador de televisão Clodovil Hernandes, quarto deputado mais votado do país nas últimas eleições, morreu na terça-feira da semana passada, vítima de um acidente vascular cerebral (AVC), aos 71 anos. Ele foi internado no Hospital Santa Lúcia, em Brasília, depois que assessores o encontraram inconsciente no chão do apartamento funcional em que […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 5 jun 2024, 19h34 - Publicado em 21 mar 2009, 06h51
O estilista e apresentador de televisão Clodovil Hernandes, quarto deputado mais votado do país nas últimas eleições, morreu na terça-feira da semana passada, vítima de um acidente vascular cerebral (AVC), aos 71 anos. Ele foi internado no Hospital Santa Lúcia, em Brasília, depois que assessores o encontraram inconsciente no chão do apartamento funcional em que morava. Seus últimos quatro anos foram difíceis: Clodovil sofreu de câncer na próstata, teve uma embolia pulmonar e um primeiro AVC, do qual escapou por pouco. Mesmo alquebrado pelos problemas de saúde, desde que chegou à Câmara, em 2007, embalado por quase meio milhão de votos, o deputado fez o que se esperava dele: envolveu-se em muita polêmica. Chamou uma colega de “feia” e disse que “as mulheres hoje são ordinárias, trabalham deitadas e descansam em pé”. Em julho do ano passado, Clodovil conversou com o repórter Diego Escosteguy, de VEJA, em seu extravagante gabinete na Câmara. A entrevista que se segue, extraída dessa conversa, é um bom retrato de quem era Clodovil – e do que ele pensava. Foi como se o deputado estivesse no quadro A Lente da Verdade, de um de seus programas de televisão.
(…)
É possível resgatar a ética da Câmara?
E o brasileiro tem ética, por acaso? A Câmara é o reflexo do Brasil. O problema é que o brasileiro se vende barato. É só o político dar uma cesta básica que ganha o voto. Isso acontece no país inteiro, é uma tradição que vem dos índios. Eles se vendiam por colares e espelhinhos. Esse processo continua igual na escolha das pessoas que vão comandar o país. Elas vêm para Brasília e saem gordas de tanto mamar na vaca profana.
(…)
O senhor teve 494 000 votos. O que explica essa votação expressiva?
Dizem que a população votou em mim como uma forma de contestação. Na verdade, não foi. Meu voto veio da mãe de família, que induziu o filho e o esposo a votar em mim. Tenho uma história que ilustra bem isso. Quando eu era candidato, dois assaltantes invadiram minha casa. Eu estava pintando de cueca, e de cueca continuei. Eles pediram dinheiro, mas, quando descobriram quem eu era e ouviram um pito, saíram rastejando da minha casa, pedindo desculpas. No dia seguinte, a mãe de um deles me ligou para me agradecer por ter dado aquela lição. E me contou que os dezesseis votos da família dela seriam para mim. Isso não é voto de protesto. É voto de quem acredita nos meus valores.
Por que o senhor não apresentou nenhum projeto defendendo o direito dos homossexuais?
Deus me livre. Quais direitos? Direito de promover passeata gay? Não tenho orgulho de transar com homem. O primeiro homem que vi transando com outro foi meu pai – era o meu tio, irmão da minha mãe. Eu tinha 13 anos. Foi num domingo, depois da missa. Sentei no chão e pensei: meu Deus, minha mãe não é amada por ninguém. Meu pai nunca soube que eu vi. Quando ele me perguntou, dois anos depois, se eu era gay, não respondi. Nunca mais se falou sobre isso lá em casa. Mas eu poderia ter dito o diabo para ele.
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