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Reinaldo Azevedo

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Veja 3 – Como funciona o caixa do PCC

Por Diego Escosteguy:O Primeiro Comando da Capital, a maior e mais poderosa organização criminosa do país, que atende pela sigla PCC, chocou o país ao mobilizar centenas de criminosos para provocar terror e caos em São Paulo, no ano passado. Além das 152 mortes, os atentados despertaram atenção pela capacidade de organização do PCC e […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 6 jun 2024, 07h35 - Publicado em 31 mar 2007, 05h15
Por Diego Escosteguy:
O Primeiro Comando da Capital, a maior e mais poderosa organização criminosa do país, que atende pela sigla PCC, chocou o país ao mobilizar centenas de criminosos para provocar terror e caos em São Paulo, no ano passado. Além das 152 mortes, os atentados despertaram atenção pela capacidade de organização do PCC e pela sua ousadia. Àquela altura, não se sabia como uma facção criminosa cujos principais líderes estavam na prisão fora capaz de articular uma onda de atentados. Não se tinha idéia, sobretudo, da dimensão e do poder da quadrilha. Nas duas últimas semanas, VEJA teve acesso a detalhes de uma investigação sigilosa conduzida por um grupo de elite do Ministério da Justiça, do Ministério Público de São Paulo e da polícia do estado que ajuda a tirar das sombras uma parte dos tentáculos do PCC – os tentáculos financeiros. Nos últimos cinco meses, essa força-tarefa esquadrinhou, com autorização judicial, 389 contas ligadas à organização, na maior quebra de sigilo bancário da história do país. Emerge dessa investigação uma teia financeira enorme, pulverizada e eficaz – que recebeu 27,6 milhões de reais em pouco mais de um ano, sem ser detectada pelos órgãos de combate à lavagem de dinheiro.

Embora rudimentar se comparada aos padrões dos grandes esquemas de lavagem montados por bandidos do colarinho branco, a rede de contas do PCC não tem paralelo dentre as organizações criminosas do Brasil. “O volume de recursos do PCC superou nossas expectativas”, conta um dos investigadores do caso que analisaram o movimento das contas da organização no período que vai de julho de 2005 a setembro de 2006 (veja detalhes da engrenagem financeira do PCC). “Arrecadar 27 milhões de reais pode parecer pouco, coisa típica de uma empresa de médio porte, mas, no mundo do crime, é uma montanha de dinheiro. É o necessário para financiar atentados a qualquer momento.” A quantia é suficiente para comprar armas, munição e drogas para um pequeno exército. “Uma empresa paga impostos e direitos trabalhistas. O PCC não assina carteira e não faz licitação para comprar fuzil”, diz o promotor Roberto Porto, do Grupo de Ação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), um dos órgãos envolvidos na investigação.

A aparente simplicidade da rede de contas do PCC esconde um ardil engenhoso, provavelmente montado para dificultar o rastreamento dos seus recursos. São muitas contas, que movimentam valores pequenos e registram diversas operações – o que confunde as investigações da polícia e do Ministério Público. “Se estivéssemos lidando com criminosos tradicionais, que se valem de poucas empresas e contas, nosso trabalho seria infinitamente mais fácil”, diz Roberto Porto, do Gaeco. “O problema é que o PCC tem um caixa descentralizado e, portanto, difícil de ser rastreado.” A tática do PCC não é inédita. Assemelha-se à das redes financeiras das principais gangues de subúrbio dos Estados Unidos, que vivem de roubos e do tráfico de drogas no varejo. Até hoje, o FBI não conseguiu sufocá-las financeiramente – ao contrário das famosas máfias, que, por ter um caixa centralizado, foram, em sua maioria, abatidas pelo governo americano.Assinante lê mais aqui

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