VACAS NÃO TOSSEM!
Lembram-se daquele famoso depoimento no Senado em que Dilma Rousseff, distorcendo de modo deliberado uma pergunta do senador Agripino Maia (DEM-RN), posou (Emir Sader escreveria “pousou”…), de grande heroína da resistência, afirmando que mentiu, mesmo sob tortura, para salvar vidas? O xucro colunismo político urrou de prazer com a resposta. Lá estava a Palas Athena […]
Lembram-se daquele famoso depoimento no Senado em que Dilma Rousseff, distorcendo de modo deliberado uma pergunta do senador Agripino Maia (DEM-RN), posou (Emir Sader escreveria “pousou”…), de grande heroína da resistência, afirmando que mentiu, mesmo sob tortura, para salvar vidas? O xucro colunismo político urrou de prazer com a resposta. Lá estava a Palas Athena da democracia. No discurso no Congresso do PT em que assumiu a condição de candidata do à Presidência, exaltou três antigos companheiros de armas.
Se Lula, o fatalista das Balas Paulistinha, pode dizer enormidades sobre a ditadura cubana, imaginem do que não é capaz a valente Dilma, que pertenceu a três grupos terroristas de alta letalidade: Colina, VAR-Palmares e VPR. Ela jura que nunca matou uma mosca, que foi presa por crime de opinião. Há quem diga que tinha cargo na hierarquia “revolucionária”. Se foi assim, não tendo agido com o trabuco na mão, então agiram sob seu comando. Uma coisa é certa: não se pertencia a esses grupos para ficar declamando batatinha quando nasce… Também não consta que tenha sido a datilógrafa da turma.
À diferença de Zapata ou de Fariñas, Dilma não era adepta da resistência pacífica à ditadura. Até porque aqueles grupos terroristas a que ela pertenceu, à diferença dos dissidentes cubanos, não queriam democracia. Dilma falou sobre Cuba:
“Compartilho da posição do presidente Lula não só sobre Cuba, mas sobre toda a política externa. Não somos submissos e não estamos com um pires na mão pedindo US$ 14 bilhões de empréstimo ao FMI, mas estamos emprestando. Não somos aqueles que vão invadir países. Sou completamente favorável ao que diz e faz o presidente Lula, que nos deu orgulho de sermos brasileiros. Nós não somos agressivos. O presidente Lula tem grande respeito por Cuba e é contra a segregação de pessoas.”
A fala é uma salada que mistura pedaços generosos de arrogância, de ignorância e de falta de jeito, bem típicos de Dilma, diga-se, que espanca o pensamento lógico e a língua portuguesa com uma competência que Lula jamais demonstrou. Sem contar que ele, acostumado aos improvisos, quando não tem o que dizer, lasca uma dessas platitudes que encantam por sua, vamos dizer assim, universal sabedoria de boteco. Dilma, como todos os leninistas, não tem humor. Está sempre pensando no que que fazer para esmagar o adversário… Então mistura FMI, Cuba, EUA, “orgulho de sermos brasileiros”… Acreditem: esta senhora não sabe o que diz e o que faz. Irá o Brasil experimentar na prática o que isso significa?
Peguem essa fala de Dilma, pensem nas condições em que morreu Zapata, vejam a imagem de Fariñas (no post acima deste), acrescentem 200 presos políticos torturados nas masmorras dos Irmãos Castro, juntem uma imprensa sob severa censura, prisões sem qualquer processo judicial… Somaram tudo? Agora vamos nos lembrar daquela Dilma que comoveu o colunismo vigarista, desinformado, preguiçosamente esquerdofílico, que tentou transformar o senador Agripino num torturador — como tenta agora fazer do senador Demóstenes um racista…
Estavam dando asas a cobra. E cobra não voa não é por maldição, mas por sabedoria divina — ou da natureza, escolham. Permitir que o bicho voe é pedir para ser refém. O que tem a ver a tirania cubana com a relação Brasil-FMI? O que tem a ver a morte de Zapata e a greve de fome de Fariñas com o orgulho de ser brasileiro?
Se Dilma “compartilha da posição do presidente”, considera que os dissidentes cubanos são, então bandidos. Dessa forma, sua fala não deve nada em estupidez à de seu chefe. Mas ela consegue ser ainda mais agressiva porque pretende que nada disso, no fundo, tem muita relevância uma vez que o Brasil “não está mais de pires na mão”. E, como notam, restou o ataque nava velado aos EUA. Entre a ditadura cubana e a democracia americana, Dilma fica com a… ditadura cubana, é claro!
A “criatura eleitoral de Lula”, como a chamou o Estadão em editorial, é um achincalhe à inteligência, ao bom senso e aos direitos humanos — aqueles mesmos em nome dos quais esta senhora endossou um decreto que chega a prever censura à imprensa. Isso quer dizer que não seriam quem são se não fossem também de um cinismo descarado. A ministra disse também que os presos “não são nem bons nem maus, são presos”, o que evidencia uma inteligência de fato superior. Com a elegância característica, afirmou aos repórteres: “Vocês não vão me tirar aqui uma crítica ao presidente Lula. Nem que a vaca tussa”.
E a vaca não tossiu!