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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

Um recado a Inocêncio sobre os “inocentes”

(ler primeiro o post abaixo)Paulinho da Força nunca foi petista. Houve até um tempo em que o sindicalismo brasileiro se dividia em duas vertentes: a que negociava sempre — e negociava tudo, mas tudo mesmo — e a que não negociava quase nunca porque cuidava de um projeto de poder. A segunda vertente, a lulo-petista, […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 19h31 - Publicado em 14 Maio 2008, 17h19
(ler primeiro o post abaixo)
Paulinho da Força nunca foi petista. Houve até um tempo em que o sindicalismo brasileiro se dividia em duas vertentes: a que negociava sempre — e negociava tudo, mas tudo mesmo — e a que não negociava quase nunca porque cuidava de um projeto de poder. A segunda vertente, a lulo-petista, chegou lá. E a primeira continua negociando tudo. As duas se compuseram e hoje formam o principal eixo do poder político real no país: a República Sindical. Leiam no post anterior o sentido da defesa de Paulinho. Esse tipo de coisa já tem história.

A frase-símbolo da era petista, de que Paulinho se torna moralmente caudatário, é de José Dirceu. Escancaradas as evidências do mensalão, ele mandou ver: “Estou cada vez mais convencido de minha inocência”. A fala é um primor de síntese. A questão, para o agora cassado, não consistia em saber se ele “fez” ou não “fez” isso ou aquilo. Ele nem mesmo se declarava, vamos dizer, intrinsecamente inocente. Ele próprio precisava ser “convencido” disso. Tratava-se de um processo.

“Fazer” ou “não fazer” alguma coisa é importante para nós, os homens comuns, os que temos a má sorte de ter consciência. Os políticos, ou boa parte deles, são “inocentes” ou são “culpados” — a questão, para eles, é só de natureza jurídica. Na prática, usam a legislação em busca da impunidade. Suas conversas telefônicas — obtidas, no caso, com autorização judicial — são suspeitíssimas; seu padrão de vida e seu patrimônio estão sempre muitos patamares acima da sua renda; lidam com dinheiro vivo com impressionante desenvoltura; notórios bandidos freqüentam seus gabinetes; recebem doações as mais inusitadas… Vale dizer: têm jeito de bandidos, comportam-se como bandidos, vivem como bandidos, fazem coisas típicas de bandidos… Mas, na hora “h”, indagam: “Cadê a prova objetiva, indubitável?”.

Ah, será que estou aqui contestando o direito que eles têm de se defender? Não! Mas também é muito próprio dos bandidos que atuam na vida pública não deixar “atos de ofício”, não é?

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É por isso que o Conselho de Ética da Câmara e o do Senado não podem se confundir com um tribunal do júri. A essas instâncias e à Corregedoria, basta — ou deve bastar — que o indivíduo tenha jeito de bandido, se comporte como bandido, viva como bandido, faça coisas típicas de bandido. Ainda que ele próprio esteja sempre convencido de que é inocente. A falta de vergonha na cara também é típica de bandidos.

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