Tuma Júnior marca entrevista e depois se nega a dar explicações
Por Leandro Colon, no Estadão Online: Depois de a assessoria de imprensa do Ministério da Justiça anunciar uma entrevista coletiva, o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, afirmou que não daria explicações sobre sua suposta ligação com a máfia chinesa, conforme reportagem publicada no Estado de S.Paulo desta quara-feira, 5. Numa rápida declaração à […]
Por Leandro Colon, no Estadão Online:
Depois de a assessoria de imprensa do Ministério da Justiça anunciar uma entrevista coletiva, o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, afirmou que não daria explicações sobre sua suposta ligação com a máfia chinesa, conforme reportagem publicada no Estado de S.Paulo desta quara-feira, 5. Numa rápida declaração à imprensa, Tuma Júnior disse que ainda não teve acesso à investigação da Polícia Federal que mostra a relação dele com um dos chefes da máfia chinesa em São Paulo, Li Kwok Kwen, conhecido como Paulo Li. “Não tive acesso. Mas prometo falar assim que tiver”.
Tuma Junior diz a reporteres que nao ia falar sobre denuncias de envolvimento com máfia chinesa (Ed Fedeira/AE)
A entrevista foi prometida e anunciada pela assessoria de imprensa durante todo o dia. Após mais de cinco horas de espera por parte dos jornalistas, Tuma Júnior anunciou a desistência. Mais cedo, ao Estado de S.Paulo, ele disse que não era dono do cargo que ocupa. “O cargo não é meu”, afirmou, minimizando as acusações. “Eu não fiz nada”.
Tuma Júnior almoçou com o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, durante reunião convocada às pressas para discutir o seu suposto envolvimento com Paulo Li.
Comento
É justo que Tuma Jr. queira todas as informações etc e tal. Mas aquela intimidade demonstrada com o chefe da máfia chinesa na gravação das conversas que circula por aí poderia merecer uma explicação, não é? Até porque eles falam sobre a compra de aparelhos eletrônicos, uma das “especialidades” do tal mafioso… A intimidade era tal que os dois amigos dividiam até o mesmo quarto de hotel. Considerando que Tuma Jr. pertence ao grupo dos investigadores, e o chefe da máfia, dos investigados, isso é de uma bonita fraternidade. Acho admirável mesmo. As minhas amizades, por exemplo, chegam, no máximo, até a porta que dá acesso ao corredor dos quartos. Os diálogos estão aqui.
E que se note: pode haver gente na Polícia Federal ou sei lá onde tentando “ferrar” Tuma Jr.? Pode, sim! E acho que isso também tem de ser investigado. Mas, agora, não dá para fazer de conta que as gravações não existem. Que tudo seja investigado, que ele dê explicações e que se puna o vazamento ilegal. Fica tudo certo.